Estudo de associação entre ansiedade social e marcadores periféricos de inflamação em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teixeira, Amelia Dias
Orientador(a): Belmonte-de-Abreu, Paulo Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279720
Resumo: INTRODUÇÃO: Cada vez mais se tem estudos sobre o processo inflamatório em transtornos psiquiátricos, onde se é abordado a inflamação na esquizofrenia. A relação neutrófilo-linfócito (RNL), relação monócito-linfócito (RML) e relação plaqueta-linfócito (RPL) têm sido investigadas como marcadores clínicos circulantes de inflamação crônica em muitas doenças, o onde se inclui a esquizofrenia, e pode ser uma conexão entre transtorno de ansiedade social e inflamação, mesmo com um número limitado de estudos. Além do mais, um novo índice, definido como o índice de imuno-inflamação sistêmica (IIS), tem sido considerado um bom índice para refletir a resposta imune e inflamação sistêmica. OBJETIVO: avaliar a associação entre ansiedade social e inflamação em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, medindo principalmente a RNL e secundariamente o IIS, RML e RPL. MÉTODO: Estudo transversal com pacientes que frequentam o ambulatório de esquizofrenia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) pelo sistema SUS, que apresentam diagnóstico de esquizofrenia, de ambos os sexos e com idades entre 18-70 anos. A amostra constituiu-se de 82 pacientes. Os instrumentos utilizados são Liebowitz Escala de Ansiedade Social (LSAS), Escala Breve de Avaliação Psiquiatra (BPRS) e Escala de Transtorno de Ansiedade Generalizada de 7 itens (GAD-7), e foi utilizada como medida o hemograma e os dados sociodemográficos. RESULTADOS: Dos 82 pacientes que atendem aos critérios de inclusão, 59 pacientes apresentaram AS, no qual pontuaram a partir de 32 no LSAS; sendo 12,2% em nível leve de AS, 29,3% moderado e 30,5% grave. Observa-se uma alteração significativa nos marcadores de inflamação nos pacientes com esquizofrenia, principalmente a NRL, estando 42,7% acima do ponto de corte estimado. Houve alterações também na RML (30,5%) e IIS (25,6%), não havendo alterações na RPL (0,0%). Também houve correlação positiva estatisticamente significativa entre a LSAS com RNL, IIS e RPL, sendo que quanto maiores os escores de AS, maiores os valores desses marcadores. Percebe-se significativamente maior prevalência de alterações nas escalas GAD-7 e BPRS e na RNL nos pacientes com AS. CONCLUSÃO: Estima-se uma prevalência de 72% de AS em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia que frequentam o ambulatório do HCPA. Em nossa investigação, principalmente a RNL foi significativamente maior quando comparada ao ponto de corte na amostra geral. Observamos que quanto maior a gravidade dos sintomas da esquizofrenia, maior é a AS nesses pacientes, e os pacientes com AS mostraram pontuações superiores no BPRS e no GAD-7. Também parece haver maior inflamação nos pacientes com AS, principalmente a RNL, e quanto maiores os escores de AS, maiores os valores da RNL, IIS e RPL. Nossas descobertas indicam que a inflamação parece ser uma característica dos pacientes que apresentam diagnóstico de esquizofrenia, estando de acordo com os achados da literatura, e que a ansiedade social pode ocasionar maiores índices inflamatórios nestes pacientes. Além disso, vimos que esta relação entre inflamação e ansiedade social é independente da esquizofrenia. Estes dados tornam-se importante pensando no aumento de oportunidades de tratamento, abordando a incapacitação e prejuízos por AS, inferindo melhor qualidade de vida nesses pacientes.