Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Baptista, Carlos Alberto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-05092023-131338/
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Resumo: |
Objetivos: O estudo avaliou 2319 estudantes universitários de diversos cursos de graduação, visando determinar a prevalência do transtorno de ansiedade social (TAS) e as características demográficas desta população. Métodos: Aplicou-se coletivamente em sala de aula a escala SPIN (Inventário de Fobia Social), em todos os sujeitos presentes que aceitaram participar. Após esta primeira fase da pesquisa, foram selecionados os indivíduos com escores ≥6 na versão abreviada da SPIN (Mini-SPIN), e contatados por telefone para responderem ao módulo de ansiedade da SCID-IV. Foram realizadas análises descritivas (média, desvio padrão e freqüência) e inferências sobre as variáveis estudadas. Resultados: Na primeira fase com a Mini-SPIN obtivemos uma prevalência aparente de 20,6% para o TAS. Após a aplicação da SCID, confirmou-se o diagnóstico em 56,3% da amostra selecionada pela Mini-SPIN, representando 11,6% da amostra total, considerada a prevalência real do transtorno. Quanto aos tipos de medos, a maioria dos sujeitos com TAS apresentavam medo de falar em público (91,6%), seguido do medo de comer em público (28,3%) e do medo de escrever em público (16,5%). Em relação à instituição e área dos cursos freqüentados; 7,7% dos alunos da FMRP-USP, 13,3% da FFCLRP-USP e 10,3% da UNIFRAN foram classificados como portadores do transtorno, não havendo diferenças significativas (x2 =0,02; p=0,9). Verificou-se que os sujeitos do sexo feminino apresentaram significativamente maior prevalência TAS (N=161 ou 12,5%) do que os indivíduos do sexo masculino (N=76 ou 7,4%) (x2 =15,8, p<0,0001) . A idade média de início do TAS foi de 11,4 anos (±0,27) e o tempo médio de doença foi de 10,2 anos (±0,3). Apenas dois sujeitos (0,8%) identificados como apresentando TAS, referiram terem sido diagnosticados previamente por um profissional de saúde como portadores do transtorno. Apenas seis indivíduos com TAS (2,5%) tomavam alguma medicação que poderia ser útil no tratamento farmacológico do transtorno A maioria dos pacientes (N=151 ou 63,7%) foi classificada como apresentando TAS moderado, seguido por grau leve (N= 21 ou 21,9%) e grave (N= 34 ou 14,3%). Os indivíduos com TAS usavam com maior frequência (N=55 ou 23,2%) medicações gerais do que os não casos (N= 311 ou 14,8%) (x2 =10,9; p<0,001). Não foram encontradas diferenças significativas (t=0,98; p=0,33) no desempenho acadêmico, avaliado por meio da média ponderada das notas, entre sujeitos com (7,04; ± 1,05) e sem TAS (7,12; ±1,02). Entretanto, as estudantes do sexo feminino com TAS apresentaram significativamente (t=3,29; p<0,001) menores médias (7,06; 1,01) do que as sem o transtorno (7,36; 0,98). Conclusão: O TAS foi identificado como uma condição com prevalência elevada em estudantes universitários, mais comum em mulheres, com um início precoce, curso crônico e sem remissões espontâneas. Da mesma forma, demonstrou ser um transtorno sub-reconhecido, sub-diagnosticado, associado à incapacidade sociais importantes e raramente submetido a tratamento. Estratégias que objetivem a detecção precoce do TAS, possivelmente diminuiriam os custos sociais e individuais deste importante transtorno. |