Dieta vegetariana e depressão : estudo longitudinal de saúde do adulto (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Kohl, Ingrid Stahler
Orientador(a): Luft, Vivian Cristine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219354
Resumo: Introdução: A relação entre vegetarianismo e depressão ainda é incerta. Alguns estudos indicam pior saúde mental entre vegetarianos, enquanto outros estudos falham em encontrar diferenças significativas. O Brasil e a América Latina não apresentam dados sobre essa associação. Objetivo: Investigar a associação entre dieta vegetariana e depressão em adultos no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: Foi realizada uma análise transversal com os dados da linha de base da coorte ELSA-Brasil onde foram incluídos 14.216 brasileiros de 35 a 74 anos. A dieta com exclusão de carnes foi definida como ingestão de carne vermelha, frango, porco, frutos do mar, peixes, embutidos ou vísceras em frequência de “nunca ou quase nunca” no ano anterior, relatado em um questionário de frequência alimentar validado. O questionário Clinical Interview Schedule-Revised (CIS-R) foi utilizado para avaliar os episódios depressivos, considerando-se episódios leves, moderados ou graves, que estejam presentes nos últimos sete dias. A associação entre não consumidores de carnes e presença de episódios depressivos (variável dependente) foi expressa em razão de prevalências (RP), por regressão de Poisson ajustada para variáveis potencialmente confundidoras e/ou mediadoras: sociodemográficas, tabagismo, álcool, atividade física, variáveis clínicas, saúde mental, autoavaliação de saúde, índice de massa corporal, ingestão de micronutrientes (vitamina D, B6, B12, magnésio, ferro, zinco e ômega 3), proteínas, nível de processamento dos alimentos, calorias diárias e mudança na alimentação nos últimos 6 meses. prevalência de episódios depressivos em não consumidores de carne é cerca de o dobro da prevalência de episódios depressivos em consumidores de carne, variando a razão de prevalências, no modelo bruto, de 2,05 (IC95% 1,00 – 4,18) a, no modelo amplamente ajustado, 1,93 (IC95% 1,03 – 3,59). Conclusões: Episódios depressivos são mais prevalentes em quem não consome carne, e essa associação é independente de fatores socioeconômicos e de estilo de vida conhecidos. A ingestão de nutrientes não explica plenamente essa maior frequência. No vegetarianismo, a nutrição e a saúde mental não devem ser vistas de forma dissociadas, visto que, ambas estão relacionadas, não se sabendo a direção, necessitando-se ainda dados longitudinais para melhor esclarecer essa relação.