Os sentidos do cuidado: a voz de cuidadoras remuneradas de idosos de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gómez, Julia Gallego
Orientador(a): Doll, Johannes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276863
Resumo: Nos últimos tempos, o cuidado tem se demonstrado como uma qualidade básica para a vida do ser humano. Realizado nesta sociedade majoritariamente por mulheres, a invisibilização, a falta de reconhecimento e a precarização desse trabalho, são aspectos encontrados em todos seus níveis. Com as mudanças globais observadas em diferentes setores, o envelhecimento tem se tornado uma das características generalizadas a nível mundial e requer ações e investimentos em todos os sentidos para garantir às pessoas que precisam de cuidados, melhores condições e qualidade de vida. Entende-se a importância de que este cuidado seja exercido por pessoas saudáveis e que, por sua vez, tenham uma relação gratificante com seu trabalho, dado que esses aspectos influenciem na própria qualidade de vida e na das pessoas cuidadas. Com o objetivo de conhecer quem são as trabalhadoras do cuidado, sua saúde e os saberes de seu trabalho, a pesquisa foi aplicada com cuidadoras remuneradas de idosos da cidade de Porto Alegre. Para a realização deste trabalho, foi utilizada a metodologia qualitativa e através de questionários semiabertos e entrevistas semiestruturadas foram analisadas as percepções destas cuidadoras. Participaram da pesquisa 57 pessoas, sendo a maioria mulheres, com uma média de 48,8 anos, dentre as quais 75% completaram o ensino médio. Observa-se também que 81% não têm carteira de trabalho assinada e que 68% recebem até 3 salários mínimos pelo trabalho de cuidado. As jornadas laborais são intensas, com mais de 40 horas semanais de acordo com 65% das participantes. As cuidadoras têm uma percepção de sua saúde e qualidade de vida positiva e apresentam como problemas relacionados ao trabalho “dores na coluna” e “estresse”. A maioria descreve o trabalho de cuidado como gratificante, relatando como principal motivação o “amor e a atenção”, assim como “responsabilidade e gratificação'', além de “doação e empatia”. Como características negativas, foram assinaladas pelas cuidadoras, falta de reconhecimento, jornadas laborais muito extensas e dificuldades de comunicação com a família da pessoa cuidada. O envolvimento emocional e a morte do paciente foram outros pontos sinalizados como importantes na relação do cuidado. A percepção de seu trabalho de cuidado como prática significativa e valiosa para a sociedade permeia o discurso destas trabalhadoras.