Interações entre valores e atividade científica e sua aplicação ao contexto dos campos sulinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Reis, Claudio Ricardo Martins dos
Orientador(a): Pillar, Valerio de Patta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/150649
Resumo: Na primeira metade de século XX, tanto os empiristas lógicos quanto os racionalistas popperianos sustentaram que os juízos científicos corretos derivavam de sua conformação a certas regras: indutivas, dedutivas, hipotético-dedutivas ou formalizáveis segundo o cálculo de probabilidades. No entanto, após a emergência de novos trabalhos, como os de Thomas Kuhn, houve um amplo desenvolvimento de abordagens que analisam a inferência científica com base em valores, em vez de regras estabelecidas a priori. A estratégia proposta por Kuhn considera a prática científica e sua história um elemento importante para uma compreensão adequada da racionalidade da ciência. Sua abordagem envolve a consideração de valores cognitivos, tais como fecundidade, consistência e escopo de teorias. Ampliando essa abordagem, estudos mais recentes – a partir da década de 90 e com grande efervescência nos últimos anos – defendem a tese de que o conhecimento científico, além de um produto da atividade social, possui ele mesmo uma dimensão social intrínseca. Poderíamos perguntar, então, em que medida valores não cognitivos, tais como valores morais e sociais, moldam a prática científica; e como esses valores poderiam exercer um papel legítimo ou mesmo contribuir para a produção de conhecimento. Essas questões envolvem o problema, bastante expressivo atualmente (cf. Longino, 2015), sobre a chamada “dimensão social do conhecimento científico”. Neste trabalho, abordo o referido problema no que tange à relação entre valores e atividade científica, utilizando-me, para a construção do artigo aqui presente, a abordagem do filósofo da ciência Hugh Lacey e aplicando-a a um contexto específico: as possibilidades de uso produtivo dos chamados Campos Sulinos.