Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Anjos, Camila Borges dos |
Orientador(a): |
Ferreira, Maria Cristina Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/226324
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Resumo: |
Esta pesquisa surgiu a partir de nosso envolvimento com o “Projeto Acolhida ao Migrante – Inserção Social e Diversidade Cultural”, desenvolvido pela Universidade do Sul de Santa Catarina, no Campus Universitário de Tubarão. Durante as aulas de Língua Portuguesa ministradas a imigrantes e refugiados (ganeses, senegaleses, sírios, moçambicanos, haitianos etc.), residentes em Tubarão e região, para o auxílio na aprendizagem do idioma, vimos que os desafios não estavam apenas voltados à língua, mas a todo o processo que circunda essa troca de lugar, às mudanças sociais, culturais, identitárias pelas quais passam, às adversidades a que são expostos, a práticas de acolhimento e a movimentos de preconceito, xenofobia. Tais questões nos levaram a pensar como esse sujeito, em condição de refúgio e/ou migração forçada, refaz sua vida no lugar de destino, dadas as implicações físicas e simbólicas envolvidas nesse processo de mudança. Essa inquietação nos levou ao nosso problema de pesquisa: de que modo imigrantes e refugiados se (re)arranjam num lugar que não é considerado ‘seu’ de origem? Diante disso, estabelecemos como objetivo geral desta pesquisa investigar como se dá o processo de (re)arranjo identitário do sujeito nesse espaço outro de (re)constituição, a partir do discurso de e sobre ele nesse novo lugar. De modo que pudéssemos trabalhar com esses discursos, mobilizamos como corpus desta pesquisa: a) Entrevistas individuais com imigrantes e refugiados que participaram do Programa Acolhida ao Migrante, entre os anos de 2015 e 2020; b) Entrevistas individuais com nacionais (tubaronenses) que direta ou indiretamente tiveram contato com eles; c) Trechos do Estatuto do Refugiado (Lei nº 9.474/97) e da Nova Lei da Migração (Lei 13.445/17); d) Recortes das definições dos termos imigrante e refugiado apresentadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e presentes em matérias sobre o assunto veiculadas na mídia. Para este gesto de análise, nosso trabalho se desenvolve no âmbito da Análise de Discurso (AD) pecheutiana, contando também com pressupostos teóricos de outras áreas do conhecimento, como Antropolgia, Direito e Psicanálise. Este estudo nos conduziu a um funcionamento discursivo que ocorre num lugar entre, entre-línguas, entre-culturas, entre-lugares, entre-discursos, ao qual o sujeito, na posição de estrangeiro, encontra-se submetido ao Outro e à sua própria errância. O imigrante e refugiado se ressignificam, assim, no/pelo entremeio, pela condição mesma de estarem fora do lugar. A esse processo, denominamos transposição discursiva, que faz referência aos lugares que o sujeito passa a ocupar nessa travessia, no contato simultâneo com o Outro e seu corpo-memória. |