Ventilação mecânica protetora e incidência de complicações pulmonares pós-operatórias em pacientes submetidos a cirurgia vascular periférica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Schmidt, André Prato
Orientador(a): Andrade, Cristiano Feijó
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249691
Resumo: Introdução: Complicações pós-operatórias após cirurgias de grande porte, principalmente em procedimentos vasculares, estão associadas a aumento significativo de custos e de mortalidade. Há evidência crescente de que a ventilação mecânica com estratégia protetora usando baixo volume corrente, com a utilização de pressão positiva expiratória final (PEEP) e manobras de recrutamento alveolar previnem o aparecimento de complicações pulmonares pós-operatórias (CPP). As cirurgias vasculares periféricas incluem, em sua maioria, cirurgias para revascularização de membros inferiores em pacientes acometidos por obstrução vascular periférica crônica e avançada. Tais procedimentos vasculares são considerados cirurgias de grande porte e estão associados a grande morbidade cardiovascular no perioperatório. Neste grupo específico de pacientes, a presença de CPP está associada a piora de desfechos clínicos com consequente aumento significativo da morbidade perioperatória. Objetivo: Neste estudo, objetivamos comparar os efeitos da ventilação mecânica controlada com uso de estratégia protetora (baixo volume corrente associado a PEEP elevado) quando comparado a estratégia ventilatória convencional (volume corrente elevado associado a PEEP reduzido), sobre a taxa de CPP em pacientes submetidos a cirurgia vascular arterial periférica. Metodologia: O estudo foi delineado como um ensaio clínico prospectivo e randomizado, comparado a grupo controle (estratégia ventilatória convencional). Avaliadores e pacientes foram cegados durante a coleta de dados. Foram incluídos apenas pacientes adultos ASA II a IV, com idade maior do que 18 anos, agendados para a realização de cirurgia de revascularização arterial em membros 11 inferiores. Os pacientes agendados para a realização de revascularização de membros inferiores foram alocados aleatoriamente para tratamento com ventilação mecânica convencional (volume corrente entre 9 a 10 mL.kg-1 do peso predito e PEEP entre 3 e 5 cmH 2 O - Grupo I ou controle) ou tratamento com ventilação mecânica protetora (volume corrente de 6 a 7 mL.kg-1 do peso predito e PEEP de 6 a 8 cmH 2 O - Grupo II ou tratamento). O desfecho primário foi composto de complicações pulmonares pós- operatórias diversas e o desfecho secundário incluiu alterações gasométricas no perioperatório. Análise foi realizada através do método intention-to-treat. Resultados: Cinquenta e seis pacientes foram alocados aos grupos de estudo. Não houveram perdas durante o seguimento. Após análise dos resultados, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos quanto a taxa de complicações pulmonares pós-operatórias (P > 0.05). Entretanto, os pacientes submetidos a estratégia protetora de ventilação apresentaram incidência aumentada de intercorrências hemodinâmicas no transoperatório e piora de parâmetros gasométricos ao final do procedimento e no pós- operatório imediato. Conclusões: Ventilação protetora com baixo volume corrente associado a PEEP elevado não reduziu a incidência de complicações pulmonares pós- operatórias em pacientes submetidos a cirurgia vascular arterial periférica sob anestesia geral e esteve associada a piora de parâmetros hemodinâmicos e gasométricos no perioperatório.