Fatores de risco para infecção relacionada à drenagem ventricular externa nas hemorragias cerebrais espontâneas em adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Samir Cezimbra dos
Orientador(a): Stefani, Marco Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/150702
Resumo: A derivação ventricular externa (DVE) é usada em neurocirurgia para drenagem de liquor em pacientes com aumento da pressão intracraniana (PIC) em várias patologias (tumores, trauma, meningite e hemorragias intracranianas espontâneas), podendo servir como tratamento ou como forma de monitorização da variação da PIC. A principal complicação desse procedimento é a infecção (meningite e/ou ventriculite). Fatores de risco para o aumento da taxa de infecção em DVE incluem hemorragias intracranianas espontâneas. Neste estudo, analisamos as taxas de infecção em uma série de pacientes com hemorragia intracraniana espontânea que necessitaram de procedimento cirúrgico com DVE. Estudamos prospectivamente todos os 94 casos consecutivos de pacientes que necessitaram de DVE devido a hemorragia cerebral espontânea entre 2010 e julho de 2011 no Serviço de Neurocirurgia do Hospital Cristo Redentor, pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição, localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A nossa série foi composta de 43 homens (45,7%) e 51 mulheres (54,3%). A média de idade de toda a amostra foi de 56,1 anos. O tempo médio de permanência com DVE foi de 7 dias. Foi observada uma taxa de mortalidade de 45% e uma taxa de infecção geral de 36%. Quando avaliamos a variável “Dias de DVE >10”, encontramos diferença significativa entre os grupos, ou seja, os pacientes que utilizaram DVE por mais de 10 dias apresentaram uma chance maior de infecção do que os pacientes que utilizaram DVE por um tempo menor ou igual a 10 dias (odds ratio = 3,1; IC 95%: 1,1–8,7). As demais variáveis avaliadas se mostraram sem significância estatística para esta amostra. Encontramos uma taxa de cultura positiva de 5,3%. Os dados do presente trabalho sugerem que a infecção relacionada à DVE foi uma complicação muito frequente, ocorrendo em 36,2 % dos casos. Porém, adotamos ventriculite como padrão de diagnóstico, conforme preconiza o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Considerando a alta mortalidade associada a hemorragias intracranianas espontâneas, talvez a adoção de um protocolo mais agressivo para essa população de pacientes possa melhorar as taxas de morbimortalidade desse tipo de doença.