Maus na sala de aula : como refletir sobre o autoritarismo e abordar o ensino do holocausto a partir de uma narrativa gráfica histórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Wenzel, Isadora Klein
Orientador(a): Cezar, Temistocles Americo Correa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271675
Resumo: O ponto de partida da pesquisa que segue surgiu do interesse em desenvolver uma aprendizagem crítica e participativa. O golpe midiático, jurídico e parlamentar de 2016 levou a sociedade brasileira a profundas transformações e consolidou uma polarização que se mantém, ainda hoje, tensa e acirrada. Tal contexto provocou-me, como cidadã e professora, a produzir um material didático às turmas de nono ano da EMEF Carlos Drummond de Andrade (Canoas/ RS), visando refletir sobre o momento político que o país vivenciava associado aos conteúdos que seriam trabalhados: o nazifascismo e o holocausto – genocídio dos judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial. A fim de produzir tal conhecimento com criticidade, utilizei como base de pesquisa dos/as estudantes a história em quadrinhos Maus, de Art Spiegelman, a qual, segundo entrevistas com seu pai e por meio da linguagem de imagem-texto, narra a experiência de seus pais durante o Terceiro Reich e as superações para sobreviver às perseguições do governo e, por fim, a Auschwitz, símbolo do extermínio nazista. A produção de uma sequência didática que trouxesse o quadrinho como referencial, demandou um minucioso estudo sobre narrativa gráfica e seu entendimento como uma manifestação artística autônoma, sendo imprescindíveis os estudos de Waldomiro Vergueiro. Para apresentar as ações do governo nazista e relacionar com o cenário político nacional, optei pelo conceito de autoritarismo conforme concebido por Bobbio, entretanto, dialogando com demais autores/as que pesquisam o autoritarismo e outras formas de governos ditatoriais. A representação do holocausto, que permanece como uma questão complexa e central, foram analisadas, sobretudo, segundo as perspectivas de Andreas Huyssen e Dominick LaCapra. Um dos objetivos do trabalho é praticar o ensino do holocausto por meio da linguagem dos quadrinhos e, concomitantemente, refletir sobre a obra enquanto uma fonte histórica, uma vez que se constitui a partir do relato de um sobrevivente, assim como, concebê-la enquanto ferramenta pedagógica capaz de auxiliar no ensino de temas sensíveis.