Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Soares, Fabrício Maciel |
Orientador(a): |
Saute, Jonas Alex Morales |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/272675
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Resumo: |
Base teórica: As distrofinopatias são causadas por variantes patogênicas em DMD, gene codificante da distrofina, e caracterizam-se pelo acometimento e degeneração do tecido muscular, levando a fraqueza muscular progressiva e complicações cardiopulmonares fatais. Sintomas não-motores como deficiência intelectual, distúrbios da linguagem e alterações comportamentais são relatados desde sua descrição. São conhecidas 8 isoformas da distrofina e estudos recentes associam o acometimento das isoformas cerebrais Dp140 e Dp71 com o desenvolvimento de deficiência intelectual. A associação entre o acometimento dessas isoformas com o desenvolvimento de outros transtornos neuropsiquiátricos da infância não é clara. Objetivo: Avaliar o perfil cognitivo e comportamental dos pacientes com distrofinopatias e associar as alterações encontradas com o local da variante patogênica no gene DMD. Métodos: Foi realizado um estudo transversal no qual foram convidados os pacientes acompanhados nos ambulatório de Neurogenética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e participantes de outros centros do Brasil, recrutados com o auxílio das associações de familiares. Foram incluídos aqueles com diagnóstico molecular de distrofia muscular de Duchenne ou Becker (DMD/DMB), idade igual ou superior 4 anos e concordantes em participar. Foram excluídos aqueles com outros diagnósticos que causem alterações cognitivas ou com diagnóstico molecular incerto. Os pacientes foram avaliados quanto a presença de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) utilizando escalas específicas aplicadas por videochamada. Resultados: Foram entrevistados 50 pacientes (43/50, 86% com DMD) e seus responsáveis. A mediana de idade foi de 12.5 anos (IQR=9-17). Todos os pacientes foram elegíveis para avaliação pela Childhood Autism Rating Scale (CARS), dos quais 17/50 (34%) apresentaram diagnóstico de TEA; 18/35 (51,4%%) e 11/31 (35,5%) apresentaram pontuações compatíveis com diagnóstico de TDAH e TOC, respectivamente. Os escores da CARS e a taxa diagnóstica de TEA foram maiores entre pacientes com variantes que afetam as isoformas cerebrais quando comparados aos demais pacientes, sendo cumulativamente maiores no pacientes com mais isoformas cerebrais acometidas. O diagnóstico de TOC também associou-se estatisticamente ao prejuízo de isoformas cerebrais (x2=6.884, df=2, p=0.032). Não houve associação entre a localização da variante patogênica com o diagnóstico de TDAH. Conclusão: demonstramos que a prevalência de TEA (e maiores escores na CARS) e de TOC entre pacientes com distrofinopatias estão relacionadas com a posição da variante causal no DMD e consequente acometimento de isoformas cerebrais, indicando importante correlação genótipo- fenótipo de modo similar ao previamente descrito para deficiência intelectual. Contrariamente, apesar de TDAH estar presente em 50% dos pacientes com DMD, não encontramos associação com o acometimento de isoformas cerebrais. |