Análise custo beneficio das informações provenientes da rede hidrometeorológica nacional : aplicação na cadeia causal da garantia física de PCHs

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nectoux, Marcela Peixoto
Orientador(a): Marques, Guilherme Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233941
Resumo: No Brasil, os dados hidrometeorológicos são coletados por uma rede de mais de 40 mil estações que completou 100 anos em 2020. Desde a sua criação, a Agência Nacional de Águas passou a ser responsável pela gestão dessa Rede e operação de 22% do total de pontos de monitoramento. Dada a complexidade de operação dos equipamentos e manutenção dessa estrutura de coleta e armazenamento de dados, o custo da Rede é significativo. São cerca de 50 milhões de reais ao ano, montante que representa cerca de 1/3 do orçamento para projetos da Agência. Em razão do alto custo da gestão da Rede e escassa bibliografia documentando os benefícios auferidos a partir da informação gerada a partir dela, a presente dissertação, parte de um Projeto de Pesquisa mais amplo denominado Projeto da Rede Hidrometeorológica Nacional, aplicou uma metodologia de análise custo benefício com o objetivo de determinar o valor dos dados provenientes da Rede. A metodologia é centrada na construção de cadeias causais, fluxos que relacionam inputs de dados para um determinado fim considerando as relações causais no processo. Para esse propósito, foi identificado um recorte de aplicação no âmbito da geração hidrelétrica para investigar de que forma os dados hidrometeorológicos apoiam a tomada de decisão A aplicação selecionada foi o cálculo da garantia física de uma PCH, que indica, com base em dados históricos de vazão, qual a potência que poderá ser comercializada em um leilão de energia nova ou no livre mercado. Para simular a influência do tamanho da série e também a qualidade do dado hidrometeorológico (séries de vazão diária ou horária) a PCH Primavera, localizada no rio Turvo, bacia do Taquari-Antas, foi utilizada nas simulações. Os resultados demonstram que o tipo de série de vazão utilizado interfere significativamente (até 25,8%) no valor final de garantia física. . Do ponto de vista dos custos da Rede, dados secundários recebidos da ANA foram analisados e processados com o uso de ferramentas SIG com o fim de obter um inventário de custos da Rede. O presente trabalho utilizou o recorte de custos para a região hidrográfica do Atlântico Leste cujo custo anual de operação de cada ponto de monitoramento foi estimado em 3.800 reais. Considerando um preço médio de energia de 150 reais por MW médio, as duas estações da Rede utilizadas para geração do histórico de dados de vazão e um contrato de leilão de energia nova de 30 anos, foi possível estabelecer a relação entre custo e benefício, em que o benefício auferido foi definido como a diferença entre a garantia física nos cenários e a garantia física do cenário de referência (série de vazões diárias em um intervalo de 80 anos). A cada real gasto no custeio da Rede no período, correspondeu a um potencial de benefício auferido em termos de energia vendida de 180 reais no cenário com maior delta e 68 reais no cenário com menor delta. Foram apontados também benefícios em termos de apoio à decisão de motorização da PCH e também do percentual que poderá ser vendido no mercado livre de energia. Fica evidente que os investimentos em custeio e planejamento da Rede são em muito superados pelos benefícios auferidos a partir das informações hidrometeorológicas geradas.