Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Klipel, Renata de Oliveira |
Orientador(a): |
Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258571
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Resumo: |
Ao identificar uma profunda conexão entre o projeto intelectual de Ruy Duarte de Carvalho e a sua produção literária, propomos uma análise do seu último livro publicado em vida, A terceira metade (2009), percebendo como o autor faz uso da literatura como ferramenta de difusão das suas reflexões a partir da vivência com povos pastoris transumantes do sul de Angola. Neste romance que finaliza a trilogia Os filhos de Próspero, Duarte expõe a ideia de uma “grande volta paradigmática” que pressupõe justamente uma inversão de paradigmas, abrindo espaço para a necessidade da incorporação de uma compreensão de mundo outra que não à vinculada ao sistema-mundo moderno (GROSFOGUEL, 2008). Procuramos evidenciar, deste modo, como o escritor expõe as limitações do estilo de vida ocidental, através da elaboração de uma “meia-ficção” e do que ele entende por “literatura de fronteira”, e da valorização do modo de vida transumante, incorporado na estética e na estrutura da sua narrativa. A ênfase da pesquisa se dá, portanto, na identificação ao longo da obra de Ruy Duarte de reflexões de caráter global quanto aos problemas decorrentes do colonialismo e da expansão ocidental como: a negação do pertencimento ontológico do ser humano à natureza; as limitações de trocas de saberes entre diferentes culturas em benefício de uma monocultura ocidental; o surgimento do Antropoceno como nova era geológica. Buscou-se identificar igualmente como a literatura pode ser um meio que propicia um exercício de alteridade e como o seu projeto intelectual incorporado na sua produção artística vai de encontro à proposta de reencantamento de mundo de Ana Patricia Noguera (2004). Trata-se, como se pode perceber, de um trabalho que, como o seu tema de estudo, desenvolve-se num limiar entre antropologia e literatura. Para tanto, o presente trabalho parte de uma perspectiva defendida pelo autor de estabelecer diálogos voltados para a região sul, e procura, assim, estabelecer conexões entre a realidade da América Latina, a partir de literaturas sobre indígenas brasileiros, e usar como suporte teórico intelectuais que partem da teoria decolonial como Ana Patricia Noguera, Arturo Escobar, Ramón Grosfoguel, Walter Mignolo, Édouard Glissant. |