Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira Junior, Nery José de |
Orientador(a): |
Magalhães, Ana Maria Müller de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/267338
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Resumo: |
Introdução: A mensuração da cultura organizacional subsidia a avaliação dos processos institucionais, indicadores de desempenho organizacional e destaca o perfil da gerência e dos funcionários, o alinhamento com a missão, atitudes e clima da organização. A segurança do paciente no período perioperatório deve ser considerada como um aspecto importante no trabalho dos profissionais de saúde, tendo um olhar para o planejamento e implementação das intervenções, contribuindo para a prevenção de complicações decorrentes de atos cirúrgicos, redução de riscos e eventos adversos. Objetivo: analisar as atitudes de segurança entre os profissionais atuantes em centros cirúrgicos e quais aspectos repercutem na cultura de segurança de um hospital filantrópico na cidade de Porto Alegre. Método: à luz do pensamento restaurativo, desenvolveu-se um estudo com método misto, de desenho sequencial explanatório combinando a abordagem quantitativa (QUAN), seguida da qualitativa (qual). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, apresentando o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAEE) número 31032220.9.0000.5335. Os dados foram coletados entre junho de 2020 e fevereiro de 2021, em duas fases. A primeira fase, quantitativa, ocorreu por meio do Questionário de Atitudes de Segurança/Centro Cirúrgico (SAQ/CC), aplicado em oito Centros Cirúrgicos, o qual aborda seis domínios:clima de segurança, percepção da gerência, percepção do estresse, condição de trabalho, comunicação no ambiente cirúrgico, percepção do desempenho profissional. Nesta fase, participaram 172 trabalhadores de saúde. Na segunda fase, caracterizada como qualitativa, foi utilizada a técnica de grupo focal e os métodos fotográficos de pesquisa, na perspectiva do pensamento ecológico e restaurativo. Nesta etapa foram selecionados os centros cirúrgicos com melhor e pior pontuação nas atitudes de segurança e, posteriormente, foram realizados dois encontros com cada grupo focal, contando com seis participantes em cada encontro, um para a discussão da temática e outro para a elicitação das fotografias. Os dados quantitativos, foram digitados e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial no Statistical Package for the Social Science versão 22.0. Para a organização dos dados agruparam-se os centros cirúrgicos segundo o número de respondentes, salas cirúrgicas e semelhança de processos, resultando em cinco grupos passíveis de comparações. Os relatos e fotos obtidos na etapa qualitativa foram organizados no software NVivo 11 e submetidos à análise de conteúdo do tipo temática, proposta por Minayo, os quais foram conectados aos dados quantitativos da primeira fase. Resultados: quanto à caracterização demográfica e profissional da amostra, 129 (75,1%) dos participantes foram profissionais da enfermagem 8 (instrumentadores e circulantes cirúrgicos e enfermeiros), 125 (72,7%) do sexo feminino, com média de idade de 36,8 ± 8,8 anos.Quanto à etnia, 126 (80,6%) classificaram-se como brancos. O turno de trabalho da maioria (n=82; 54,7%) dos sujeitos era em período parcial, classificado como seis horas diurnas (manhã ou tarde). O tempo de experiência profissional variou entre três e 14 anos, com uma mediana de sete anos, quanto ao tempo de trabalho no hospital, houve uma variação de dois a 10 anos e uma mediana de cinco anos. A primeira parte do instrumento SAQ/CC (qualidade da comunicação e colaboração entre os profissionais) demonstrou que apenas a categoria de enfermagem (enfermeiro, instrumentador e circulante cirúrgico) atingiu o escore mínimo (≥75 pontos) para ser considerada uma percepção positiva de cultura de segurança. O escore total do SAQ/CC variou entre uma mediana de 70,00 a 81,25 pontos por domínio, com mediana geral de 77,63 pontos. O Centro Cirúrgico que apresentou pontuação geral positiva foi o centro cirúrgico A+B 78.7 (63.4- 89.3) e o centro cirúrgico F apresentou um escore geral negativo 71.9 (61.7-85.9). A partir das discussões nos grupos focais emergiram duas categorias: “Compreendendo a cultura de segurança em centro cirúrgico” e “A comunicação como recurso para a construção de uma cultura de segurança”. Nos encontros de grupos focais e nas caminhadas fotográficas foram destacados a importância da aplicação e preenchimento correto do checklist da cirurgia segura, a necessidade de reuniões de equipes, a fim de alinhar as informações e a comunicação quanto às rotinas, indicadores de segurança através de murais. Conclusões: Na percepção dos profissionais, os centros cirúrgicos pesquisados apresentaram uma avaliação positiva do clima de segurança, indicando alguns domínios com maior fragilidade. Na conexão dos dados, os piores escores e os elementos trazidos, tanto nos grupos focais quanto na caminhada fotográfica, apontam para a necessidade de investimento das lideranças nos domínios percepção da gerência e condições de trabalho. |