Governamento dos escolares modus operante da Geografia na BNCC dos anos finais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Silva Neto, Manoel José da
Orientador(a): Tonetto, Élida Pasini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/284701
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o governamento dos escolares, tendo como objetivos específicos: a) contextualizar a BNCC no panorama político e educacional contemporâneo por meio dos discursos produzidos para sua implementação; b) descrever a organização conceitual, temática e metodológica preconizada para a Geografia nos Anos Finais do EF previstas na BNCC; c) analisar a operacionalidade da Geografia presente na BNCC para o governamento dos escolares. Os caminhos da pesquisa amparam-se nos pressupostos teórico- metodológicos pós-críticos em Educação, nos Estudos Culturais e na análise discursiva, a partir dos estudos foucaultianos em Educação, como inspiração analítica os conceitos centrais que balizam as análises são Liberalismo e Neoliberalismo, Governamento, Currículo e Políticas Educacionais. As análises apontam que a BNCC emerge dentro do modelo social e econômico capitalista, que é pautado nas práticas neoliberais e que buscam dentro do cenário educacional e da esfera pública espaços para se inserirem e realizarem práticas de governamento, tendo como alvo as subjetividades dos estudantes que estão em processo de formação. Assim, o componente curricular Geografia proposto pela BNCC está a serviço dos agentes neoliberais, especialmente ao possibilitar uma formação voltada e pensada ao mundo do trabalho, em que os estudantes estão cada vez mais inseridos em uma racionalidade neoliberal, que busca moldar o sujeito autorregulador, dotado de vontade e desejo em ser o mais hábil e eficiente, sendo operacionalizadas na BNCC principalmente através do desenvolvimento de competências e habilidades. Ao definir o que deve ser ensinado em cada unidade temática, está posto um modo de governar a autonomia do professor na constituição da sua prática pedagógica. Tal “governamento” (Veiga-Neto, 2007) ocorre através da padronização dos saberes geográficos, que se tornam unificados e genéricos, desconsiderando as especificidades locais e regionais. Nesse sentido, o governamento opera por meio do disciplinamento dos conteúdos a serem ensinados e do controle do que deve ser ensinado e quais objetivos devem ser alcançados, impondo uma prática de reprodução e produção de saberes.