Transtornos psiquiátricos e uso de psicofármacos em mulheres inférteis em busca de reprodução assistida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fam, Cláudia Franzoi
Orientador(a): Cunha Filho, João Sabino Lahorgue da, Fleck, Marcelo Pio de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/174718
Resumo: Com o aumento do número de casais com infertilidade e com o surgimento de novas constelações familiares, como no caso de relações homoafetivas, é crescente a demanda por técnicas de reprodução assistida. Diante disso, faz-se extremamente necessária a ampliação do conhecimento acerca da potencial associação entre os transtornos psiquiátricos e a infertilidade, bem como do possível aumento de prevalência de transtornos dessa natureza nesta população. Embora muitos estudos sugiram um aumento de sintomas depressivos e de ansiedade em pessoas que sofrem com a infertilidade, poucos avaliam o impacto emocional relacionado a esse problema de forma mais objetiva. Dessa forma, este estudo se propõe a descrever a população de mulheres que procuram tratamento com técnicas de reprodução assistida, averiguando a presença prévia de patologias psiquiátricas e o uso de psicotrópicos, bem como identificando a presença de transtornos ansiosos e depressivos, ao longo do tratamento, por meio de entrevista psiquiátrica estruturada – Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) – e aplicação de escalas validadas. Do total de 90 pacientes entrevistadas, 40% tiveram um ou mais diagnósticos psiquiátricos detectados. Transtornos do humor estavam presentes em 21% das pacientes (10% depressão maior, 7,7% distimia e 3,3% transtorno do humor bipolar). O diagnóstico mais comum foi agorafobia (13,6%). Transtornos de ansiedade também foram altamente prevalentes, chegando a atingir 30% das pacientes. Notou-se, ainda, que mulheres com transtornos psiquiátricos reportaram mais história psiquiátrica prévia e tiveram maiores taxas de uso de medicamentos psicoativos (P<0,005). No momento do estudo, 13,3% estavam usando medicamentos psiquiátricos, 44%, antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, e 31%, benzodiazepínicos. Tais dados indicam que mulheres com infertilidade em busca por reprodução assistida estão em alto risco de síndromes depressivas e ansiosas. Elas têm altas taxas de história psiquiátrica prévia, bem como índices altos de uso de medicamentos psicotrópicos, muito embora essas questões habitualmente não sejam abordadas em clínicas de tratamento para infertilidade.