Língua inglesa : um universo imperativo na constituição de sujeitos contemporâneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Gisvaldo Bezerra Araújo
Orientador(a): Costa, Marisa Cristina Vorraber
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49018
Resumo: Especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a língua inglesa alcançou o status de língua franca mundial e vem ocupando um espaço cada vez maior na vida dos sujeitos contemporâneos, independente de suas origens ou localização geográfica. A presença maciça desse idioma no contexto brasileiro em materiais didáticos, romances, dicionários, gramáticas, roupas, produtos de beleza, músicas, videoclipes, filmes, séries de TV, livros de bolso, revistas em quadrinhos, revistas de informação, alimentos, tecnologia, ciência, modelos de comportamento e de educação formal produzidos e/ou associados aos países anglófonos – especialmente Estados Unidos e Inglaterra − possibilita que seja possível se pensar na produção de um universo da língua inglesa. Tal ferramenta conceitual refere-se à amplitude dos domínios, das práticas e dos discursos colonizados por esse idioma. Com base numa perspectiva que vê a linguagem como constituinte da realidade e a educação como um processo que não se restringe às instituições determinadas para esse fim, mas se estende a uma série de outros lugares, defendo que o universo da língua inglesa, presente em nossas vidas nas mais diversas materialidades, apresenta-se enquanto um dos elementos-chave da constituição dos sujeitos contemporâneos. Articulado numa lógica neoliberal de mercado, ele atravessa e constitui uma poderosa rede que produz determinadas formas de ser, estar, agir e pensar na contemporaneidade. Essa lógica está diretamente atrelada à transformação dos sujeitos em mercadorias, que são impelidos a consumir produtos, ideias, comportamentos, pessoas, empregos, códigos de conduta associados à ou forjados a partir dessa língua. O objetivo deste trabalho é problematizar o caráter imperativo do universo da língua inglesa na constituição dos sujeitos contemporâneos. Utilizo como ferramentas teóricas os conceitos de identidade, subjetividade, neoliberalismo, capital humano, ambivalência, governo, dispositivo, Império, comodificação do sujeito para analisar o corpus selecionado para a presente pesquisa. Este compreende videoclipes de músicas em língua inglesa, relatórios do Conselho Britânico, sites desta instituição e de cursos de inglês on-line, projetos de lei antiestrangeirismos, reportagens sobre o Movimento Inglês como Língua Única (English Only Movement), reportagens e anúncios de jornais e revistas publicados no Brasil que envolvam a língua inglesa. Os resultados desta pesquisa apontam para a abrangência e a hegemonia da língua inglesa como língua adicional. Eles confirmam que ela é uma poderosa linha de força do dispositivo neoliberal, articulada na produção de sujeitos consumistas, flexíveis, globalizados, que têm na mídia um dos principais locus de subjetivação. Esses sujeitos são comodificados e incitados a fazer investimentos constantes e infinitos em seu capital humano para se manterem atrativos e desejáveis.