Representações sobre a alfabetização e letramento de pesquisadores surdos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gurgel, Lia Gonçalves
Orientador(a): Karnopp, Lodenir Becker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/288319
Resumo: Na articulação aos Estudos Culturais em Educação e aos Estudos Surdos, busca-se nesta tese responder à seguinte problemática de pesquisa: Como são constituídas as representações em narrativas de sujeitos surdos sobre sua experiência de alfabetização e letramento? Para isso, objetiva-se: (1) identificar e analisar narrativas sobre o processo de alfabetização e letramento, em dissertações e teses de pesquisadores surdos; (2) investigar narrativas sobre práticas alfabetizadoras desenvolvidas com alunos surdos no processo de alfabetização e letramento e (3) promover bem como ampliar as discussões na educação de surdos com um olhar específico para os processos de alfabetização e letramento. A investigação se constitui a partir da análise das representações contidas em narrativas de sujeitos surdos sobre o seu processo de alfabetização e letramento, durante os anos iniciais, relatadas em dissertações e teses de pesquisadores surdos. As análises se constituem por meio do banco de dados formado por dissertações e teses escritas exclusivamente por pesquisadores surdos, nos programas de pósgraduação brasileiros (PPGS), defendidas entre os anos de 1998 até 2018. São entrelaçados três conceitos principais para orientar as análises do banco de dados, são eles: (1) representação, entendida a partir das lentes teóricas de Stuart Hall e os conceitos de (2) narrativa, assim como a (3) experiência a partir dos estudos de Rosa Maria Hessel Silveira e Jorge Larrosa. A partir disso, essa pesquisa abrange a recorrência de narrativas, sobre o período de alfabetização, entre as décadas de 1960 até 1990. As análises, divididas em dez categorias, desdobraram-se em diversos outros aspectos que possuem relação direta e as quais promoveram a identificação de representações no processo de alfabetização. Nesse processo, há questões anteriores à entrada na escola: a escolha das instituições de ensino; na sequência, o processo escolar: as metodologias e estratégias utilizadas em sala de aula; as experiências a partir da diferença - que envolvem a exclusão, preconceito, reprovação. Há, ainda, questões posteriores à saída da escola, desdobrando-se, ao longo de toda a trajetória acadêmica, nas vivências pessoais. As aprendizagens em ambientes não formais de ensino também se mostraram significativas nesse processo. A partir disso, destaca-se a potência do letramento no processo de escolarização do sujeito surdo, ao possibilitar a construção de sentido e compreensão dos significados a partir da língua de sinais, considerando que esse processo vai além do ensino dos códigos da leitura e escrita. Assim, destacam-se, a partir das análises, as narrativas dos pesquisadores ao indicarem o caminho que subsidia a potência do termo “Alfaletrar”, criado por Magda Soares (2020a), ou seja, alfabetizar letrando também no contexto da educação de surdos, considerando sua especificidade linguística e cultural.