Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Garbin, Stefany Rettore |
Orientador(a): |
Ferreira, Maria Cristina Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/172907
|
Resumo: |
Este estudo procura estabelecer uma relação entre discurso e trabalho. Com base na Análise de Discurso francesa, tal como foi elaborada por Michel Pêcheux, busca ressignificar, desde Karl Marx, passando por Louis Althusser e Hannah Arendt o lugar teórico do trabalho no interior de uma teoria materialista dos sentidos. O que é o trabalho? Pergunta feita a vinte e um trabalhadores metalúrgicos da região metropolitana de Porto Alegre que sofreram acidente de trabalho. Os testemunhos narram, para além do acidente, as trajetórias profissionais. Na análise as definições apontam para a afirmação do óbvio. Determinações que rompem a linearidade do discurso, marcas da elipse e incisa, que levam o sentido ao limite da falta e do excesso. Nada é trabalho, tudo é trabalho. Efeitos de sentido designados discurso de labor, que interpelam o sujeito por um funcionamento verborrágico. O sujeito se desdobra como função e goza do alívio de ser meio do meio de funcionamento. O que no social é demanda de reprodução é para o sujeito demanda de consumo. A interpelação é do/no ato de produção. A comada social produz o sujeito como efeito entre o fato vazio, contingente do consumo e a falta objetiva, que o sujeito produz e que deve necessariamente reproduzir. Injunção na história, dispersão do sujeito. Algo escapa, acontece, transborda. O que se repete materialmente deixa marcas na ordem do discurso. A ambiguidade é o modo de acesso à ambivalência entre vida e morte: viver trabalhando para não morrer. Laço metafórico que confronta no sujeito um discurso que o consolida e que o esvazia. Causa de um gesto de realização impossível, o trabalhador se desloca na cadeia metonímica. Repetir, reiterar, reproduzir e resistir. O trabalhador existe entre ser e fazer, ter e estar, viver e trabalhar. No batimento da reprodução a vida resiste, mas não se resolve, permanece ambígua. |