Efeitos da frequência e seletividade de corte da vegetação sobre campos invadidos por Eragrostis plana no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martell, Rafael Wolter
Orientador(a): Pillar, Valerio de Patta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202767
Resumo: Por causar mudanças na composição, estrutura e funcionamento dos ecossistemas naturais, a invasão biológica é considerada uma das principais ameaças à biodiversidade. Diversos fatores vêm facilitando a ocorrência de invasões biológicas nos mais variados ecossistemas do mundo. São consideradas espécies invasoras aquelas que após introduzidas se estabelecem, se naturalizam e se expandem para além de seu alcance natural, onde podem se tornar espécies dominantes e assim impactar o novo ambiente. As gramíneas de origem sul-africana estão entre as plantas invasoras mais prejudiciais e amplamente distribuídas no mundo. Nos campos do sul do Brasil, o caso mais preocupante é o de Eragrostis plana, sendo ainda necessários métodos eficientes para o controle da invasão que permitam a conservação da vegetação nativa. Na tentativa de melhor compreender o efeito do pastejo sobre a expansão da área campestre invadida por Eragrostis plana, avaliamos neste estudo os efeitos da seletividade e da frequência de corte da vegetação sobre comunidades campestres invadidas pela espécie. Para tanto, estabelecemos um experimento utilizando 30 leivas extraídas de um campo nativo naturalmente invadido, com cobertura inicial aproximada de 50% de Eragrostis plana. Os seis tratamentos aplicados sobre as leivas resultaram da combinação dos dois fatores: seletividade de corte (corte apenas de Eragrostis plana; corte apenas da vegetação nativa; corte de toda a vegetação) e frequência de corte (alta ou moderada). Em cada parcela, composta por uma leiva, avaliaram-se os efeitos dos tratamentos sobre a estrutura e diversidade das comunidades, cobertura da espécie invasora e das nativas, biomassa de raízes das espécies, assim como sobre a profundidade das raízes de Eragrostis plana e da espécie nativa Paspalum notatum. A seletividade de cortes teve efeito significativo sobre todas as variáveis analisadas, enquanto que a frequência destes afetou apenas a profundidade das raízes de Eragrostis plana. A cobertura de Eragrostis plana diminuiu nos tratamentos em que era cortada tanto seletivamente quanto junto com as nativas, enquanto que a cobertura total das espécies nativas diminuiu apenas nos tratamentos em que eram cortadas seletivamente. Os resultados sugerem que a diminuição da cobertura nativa em campos invadidos é causada principalmente pela seletividade do pastejo, pois bovinos tendem a rejeitar Eragrostis plana pela sua baixa palatabilidade, produzindo assim dominância da invasora em relação à comunidade residente. Com este estudo, demonstramos que o manejo de áreas invadidas é crucial para a manutenção da diversidade florística em campos invadidos utilizados para pastejo. O manejo por meio de cortes da espécie Eragrostis plana foi eficiente no controle do processo de invasão, favorecendo também a recuperação da cobertura das espécies nativas. Além disso, indicamos a possibilidade de aliar o pastejo em campos invadidos com a manutenção da vegetação nativa, desde que este seja acompanhado de cortes da espécie invasora.