Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Baldini, Juliana Previatto |
Orientador(a): |
Baldi, Mariana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/55121
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Resumo: |
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no período de 2003 a 2010, foi marcado pela adoção de uma nova concepção de cultura, sustentando a necessidade de assumi-la enquanto valores, posturas e comportamentos sociais. Isso exigiu do Estado uma nova postura, sustentada pelas políticas culturais, cabendo destaque ao esforço de democratização promovido com a reestruturação do Ministério da Cultura (MinC) como tentativa de combater o problema da exclusão cultural. Em relação ao cinema, a atitude assumida foi de encontro à de mecenas praticada até então, especificamente baseada em políticas de financiamento, ilustradas pelas Leis Rouanet (1991) e do Audiovisual (1993). Voltada à questão do audiovisual, a iniciativa que se destacou foi o Cine Mais Cultura, parte do Programa Mais Cultura, que tem por objetivo a implementação e a ampliação de espaços de exibição audiovisual fora do esquema comercial, essencialmente representados pelas atividades cineclubistas – organizações formadas por cinéfilos e pessoas interessadas em cinema, que se reúnem para apreciar e refletir sobre essa arte. O alcance dessa ação acontece através da disponibilização de equipamento audiovisual para projeção digital, formação em oficinas cineclubistas e acesso ao acervo da Programadora Brasil. Á luz da teoria de redes, definiu-se como objetivo desta pesquisa verificar e analisar como as políticas culturais do período entre 2003 e 2010 (re)constituíram os laços, a estrutura e a arquitetura da rede cineclubista gaúcha. O método investigativo selecionado para o desenvolvimento dessa pesquisa foi o estudo de caso (YIN, 2005). Foram selecionadas para a coleta dos dados a análise de dados secundários, a observação direta e a entrevista, realizados de março de 2011 a maio de 2012. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo (BARDIN, 2011; BAUER, 2002), realizada com base nas categorias nomeadas pela teoria de redes – atores, laços, rede, estrutura, arquitetura. Para complementar a análise, alguns índices e figuras foram extraídos do software UCINET 6 (BORGATTI; EVERETT; FREEMAN, 2005). Em relação à análise dos impactos dessa política cultural na atuação dos antigos e novos cineclubes, cabe destacar a entrada de novos atores, decorrente da criação de um grande número de cineclubes por todo o estado. Além disso, também merece destaque a qualificação de espaços de exibição já existentes, que se candidataram aos editais do governo federal e passaram por formação cineclubista. Outro ponto consiste ainda na intensificação da articulação entre os cineclubes, fortalecida por meio do CNC e das ferramentas de horizontalização do movimento por ele criadas. Estruturalmente, a rede teve um aumento significativo em seu tamanho, devido à criação desses novos cineclubes, além da alteração dos atores considerados centrais e periféricos ao longo dessa trajetória. Em geral, as políticas cumprem com sua proposta, na medida em que novos cineclubes foram criados, espaços foram aprimorados e o cinema brasileiro teve maior alcance no território nacional, em especial, o gaúcho, foco deste estudo. Por outro lado, existe a crítica de que aproximar o cineclubismo de uma formatação governamental impede que essa atividade democrática alcance seus objetivos de maneira ampla. |