Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Lívia Pedersen de |
Orientador(a): |
Scheffer, Angela Beatriz Busato |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/165649
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Resumo: |
A autoexpatriação é o processo onde o indivíduo, por iniciativa própria, decide sair de seu país para trabalhar e viver em outro país por um período, a priori, previamente estabelecido (THORN, 2008; CERDIN, 2012; ALTMAN; BARUCH, 2012; ROGERS, 2013; DICKMANN, 2014). Este estudo exploratório teve por objetivo analisar como ocorre a autoexpatriação de brasileiros e como ela se relaciona com a construção de carreira destes indivíduos. No contexto desta pesquisa, compreendemos carreira em consonância com Hall (2002), que a considera um processo que envolve todas as experiências de vida, dentro e fora do trabalho. Por se tratar de uma mobilidade internacional, utilizamos, também, a teoria das carreiras globais (DICKMANN; BARUCH, 2011). A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas, realizadas presencialmente ou a distância através do Skype e Messenger, com brasileiros que já passaram ou que estavam passando pela autoexpatriação por um período mínimo de seis meses. Foram entrevistados 5 homens e 10 mulheres, com idade entre 26 e 53 anos, variado grau de escolaridade, provenientes de diferentes regiões do Brasil e com história de autoexpatriação em países da América do Norte, Europa, Oceania e Ásia. A maior parte dos entrevistados se autoexpatriou na faixa dos 20 e 30 anos de idade, e partiu para o exterior sozinho ou acompanhado por familiares (cônjuges e/ou filhos). A apresentação e análise dos resultados foi realizada através da análise de conteúdo (BARDIN, 2004). Como resultados o estudo mostra que as principais razões para a autoexpatriação destes brasileiros referem-se à falta de perspectiva profissional e desemprego no Brasil, a busca por desenvolvimento e aprimoramento profissional, à fuga da violência urbana e ao desejo de conhecer e vivenciar novos países e culturas. A intenção de sair do país foi motivada especialmente para trabalhar no exterior e ter experiências pessoais e de vida que vão além das experiências relacionadas exclusivamente ao trabalho. A pesquisa, ainda, apresenta os diferentes caminhos que levaram estes brasileiros à autoexpatriação, elemento importante para compreender com mais profundidade este complexo processo, desde a escolha do país, o planejamento da viagem, o papel das redes de contato, a barreira do idioma e as estratégias encontradas para entrar e permanecer no país estrangeiro. Em algumas situações a autoexpatriação se converteu em um projeto permanente, na medida em que muitos destes brasileiros não têm mais a intenção de voltar a viver no Brasil. Nesse sentido, o contexto social e econômico do Brasil, marcado por desigualdades, falta de oportunidades e altos índices de violência urbana, contribuiu para a decisão de alguns autoexpatriados de permanecer por mais tempo, ou até permanentemente, no exterior, transformando o projeto inicial de autoexpatriação em imigração. Muito além de ganhos relacionados à conquista de bens materiais e de trabalhos considerados de maior status social, os entrevistados relataram que aspectos relacionados à qualidade de vida e lazer, segurança, sensação de inclusão social e de pertencimento ao país estrangeiro marcaram sua experiência de mobilidade internacional. |