Entre os "últimos alemães" e os "últimos brasileiros" : obras públicas e etnohistória indígena na Serra Gaúcha (1847-1858)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brandalise, Guilherme Maffei
Orientador(a): Neumann, Eduardo Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273813
Resumo: Este trabalho analisa o processo de avanço das frentes de expansão e colonização sobre territórios indígenas na região conhecida hoje como Serra Gaúcha, no período de 1847 a 1858. A principal documentação analisada são ofícios da Diretoria de Obras Públicas da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que abordam dois contextos específicos: a Estrada do Mundo Novo, entre o rio dos Sinos e os Campos de Cima da Serra, e a Picada Feliz, ao longo da qual é constituída a colônia Nova Petrópolis. Os documentos trazem relatos das frentes pioneiras, ou seja, das equipes que avançam sobre as florestas ocupadas pelos indígenas. Ao longo do século XIX, em especial no recorte analisado, essa região é relacionada com a liderança chamada João Grande/Nivo, que já foi representado como "facínora", e na historiografia mais recente como "cacique resistente". Para as comunidades indígenas na região, essa liderança representa a ancestralidade ligada ao território, que a violência do processo de colonização não conseguiu apagar. Desse modo, este trabalho se utiliza das metodologias da etnohistória, a antropologia processualista e a micro-história para relacionar narrativas sobre o passado a partir de documentação administrativa e diferentes regimes de memória sobre o passado indígena da Serra Gaúcha. A leitura das fontes evidencia as complexas e violentas relações das frentes de expansão com os grupos indígenas, além de trazer para a luz vestígios de seus caminhos e territorialidades, que são analisados através do diálogo com grupos contemporâneos.