Práticas integrativas e complementares : concepções e práticas de enfermeiras como estratégia de promoção à saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mostardeiro, Andrêssa Corino
Orientador(a): Camatta, Marcio Wagner
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272297
Resumo: Introdução: no contexto da Promoção da Saúde, as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) apresentam-se como importantes estratégias de cuidado. Visto que o interesse dos profissionais e também dos gestores da saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) tem se ampliado, sendo estas práticas incorporadas como recurso terapêutico em diversos municípios brasileiros. Acredita-se que a inclusão dessas práticas no tratamento à saúde dos usuários do SUS pode contribuir não somente nas patologias físicas, mas também na totalidade do sujeito como ser biopsicossocial. Para tanto, faz-se necessário discutir sobre a sua utilização e potencialidades na promoção à saúde mental, e que desta forma as mesmas possam contribuir para a reorientação do atual modelo de saúde. Questão de pesquisa: quais são as concepções e práticas de enfermeiros sobre as Práticas Integrativas e Complementares enquanto estratégia de promoção à saúde mental? Objetivo: analisar as concepções e práticas de enfermeiras sobre as Práticas Integrativas e Complementares enquanto estratégia de promoção à saúde mental em uma instituição de saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul- Brasil. Método: utilizou-se a abordagem qualitativa, com delineamento exploratório-descritivo e utilização do referencial de Promoção da Saúde. Este estudo foi realizado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e em três Estratégias de Saúde da Família (ESF) que ofertam PICs em seus processos de trabalho. Participaram da pesquisa quatro enfermeiras, com média de idade de 50 anos e média de 14 anos de tempo de serviço, sendo que todas possuem formação especifica em diversas PICs. Para a coleta dos dados foi realizada entrevista semiestruturada no período de outubro e novembro de 2020 por meio do Google Meet e para interpretação dos dados foi utilizada a análise temática de Minayo. Neste estudo foram observados os aspectos éticos em relação à pesquisa envolvendo seres humanos, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012, sendo esta pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 36048720.0.0000.5304. O TCLE foi enviado pela pesquisadora via e-mail e posteriormente assinado pelas participantes. Foram utilizados como critérios de inclusão: a) enfermeiros do quadro funcional do serviço; b) estar atuando no serviço há pelo menos 3 meses, c) enfermeiros que fazem uso de PICs no processo de trabalho. Como critérios de exclusão foram considerados: a) enfermeiros de licença, férias ou em afastamento no período da coleta de dados; b) enfermeiros em processo de formação profissional (Residência). Resultados: evidenciaram-se que as PICs, sob a ótica das enfermeiras entrevistas, favorecem à promoção da saúde mental dos usuários no SUS, além de se configurarem como tecnologias promotoras de um cuidado integral, visando a recuperação da saúde e prevenção de agravos. Esses recursos terapêuticos são considerados por elas como conhecimento inovador que agregam à prática de cuidado em saúde mental, favorecendo autonomia, autoconhecimento, autocuidado, redução de estresse e de dores, sensação de relaxamento, desmedicalizando os processos da vida. As principais PICs utilizadas para a promoção da saúde mental foram: medicina tradicional chinesa, acupuntura, yoga, auriculoterapia, meditação, reiki e ayurveda. Considerações finais: espera-se que profissionais de saúde e gestores possam refletir sobre suas práticas com vistas a ampliar as possibilidades de atuação de cuidado aos indivíduos na promoção da saúde mental com a incorporação de PICs no processo de trabalho das equipes. Sugere-se que estudos semelhantes a este possam ser desenvolvidos em outros cenários para comparação dos resultados com vistas ao fortalecimento das PICs.