Análise fenotípica e genotípica de Enterococcus sp. isolados de frango após subcultura no laboratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Schmidt, Gisele
Orientador(a): Frazzon, Jeverson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Esp
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/16461
Resumo: Enterococos são bactérias que exercem um papel muito importante na produção de vários alimentos fermentados e também podem ser usadas como probióticos. A presença e o crescimento de enterococcos em alimentos fermentados como queijos e lingüiças conferem a esses produtos características organolépticas únicas. Em contrapartida, sua presença nos alimentos também está associada com falta de higiene durante a manipulação. Estes microrganismos também estão relacionados com o desenvolvimento de algumas doenças, como endocardites, septicemia, infecções do trato geniturinário, entre outras. A presença de características de virulência aumenta o potencial de infecção do microrganismo e a severidade da doença a ele relacionada. Com o objetivo de avaliar possíveis modificações fenotípicas e genotípicas de amostras de enterococos isoladas de frango, durante a subcultura destas cepas no laboratório, várias análises foram realizadas como: a presença dos fatores de virulência; proteína de superfície (esp) e gelatinase (gelE), do operon fsr-regulador do gelE, a expressão fenotípica do gelE, a capacidade de formação de biofilme e a resistência a antimicrobianos, desinfetantes e antisépticos. Quarenta isolados de Enterococcus sp. foram avaliados quanto a presença dos genes gelE, esp, operon-fsr, sprE por PCR, a atividade gelatinolítica por testes bioquímicos convencionais, resistência a antimicrobianos, antisépticos e desinfetantes por antibiograma e formação de biofilme pelo método cristal violeta. Todos os testes foram realizados na 1º geração e na 12º geração das cepas. 85% dos isolados produziram gelatinase e em 92,5% dos isolados o gene gelE estava presente na 1º geração. A análise do fsr-operon destes isolados do primeiro cultivo demonstrou que o gene fsrA estava presente em 35 isolados e o fsrC em 37 isolados e a presença destes genes pareceu não ter correlação com a atividade gelationolítica. O gene fsrB estava presente em todos os isolados (35) que apresentaram atividade gelatinolítica sugerindo que a presença deste gene é importante na expressão desta enzima. Após o subcultivo, apenas um isolado perdeu a atividade gelatinolítica e 15 perderam o gene gelE. Doze isolados perderam pelo menos um gene do fsr-operon durante a subcultura, porém nenhum destes perdeu a capacidade de expressar a enzima gelatinase talvez devido à presença do gene fsrB. O gene sprE foi detectado em 34 isolados na primeira geração e na 12º geração em apenas 20 isolados. O gene da proteína de superfície de Enterococcos (Esp), não foi encontrado em nenhum dos isolados. O antibiograma do isolados no primeiro cultivo demonstrou que 100% dos isolados foram sensíveis a ampicilina e a gentamicina, 95% sensíveis a vancomicina, 85% a ciprofloxacina, 5% a tetraciclina, 65% a eritromicina e 52,5% a cloranfenicol tanto na 1º quanto na 12º geração. Após a subcultura a susceptibilidade dos isolados aumentou a eritromicina (67,5%) e ao cloranfenicol (80%). Quanto ao perfil de resistência aos detergentes e anti-sépticos de uso comercial, todos os isolados apresentaram fenótipo de resistentes ao linear alquilbenzeno sulfonato (LAS) e ao triclosan durante a subcultura. Todos isolados foram suscetíveis ao formaldeído, mas se tornaram resistentes ao 8,5% hipoclorito de sódio e a clorexidina durante a subcultura. Em geral, todos os isolados foram formadores de biofilme e a produção de gelatinase parece ser necessária para esta formação. O perfil genético não pareceu ter relação com a formação de biofilme. Tanto o perfil genotípico quanto o fenotípico pode sofrer alterações durante a subcultura das cepas no laboratório.