Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pellegrin, Catherine Guzati de |
Orientador(a): |
Santos, Eliane Kaltchuk dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/281702
|
Resumo: |
Diferenças fenológicas podem levar ao desenvolvimento de variações em caracteres florais. Entre elas, o isolamento fenológico pode atuar como uma das etapas iniciais na diversificação das linhagens. Cypella pusilla se destaca das outras espécies do gênero devido a suas peculiaridades em relação à fenologia, biologia reprodutiva e ecologia de polinização. Ao contrário de outras espécies próximas, C. pusilla apresenta dois picos de floração (primavera e outono), mas tem baixas taxas de visitação de polinizadores e produção de frutos em ambos os eventos de floração. Cypella fucata é outra espécie desse grupo que possui algumas singularidades. A espécie apresenta populações que florescem exclusivamente durante a manhã e outras apenas à tarde. Em Iridaceae, existe uma importante diversidade em relação ao número de cromossomos, tamanho do genoma e arquitetura cariotípica. Até o momento, apenas cinco das 36 espécies de Cypella têm números de cromossomos e tamanhos de genoma conhecidos. De acordo com a literatura, a poliploidização e a variação no tamanho do genoma podem afetar características fenológicas e reprodutivas. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar se populações de C. pusilla e C. fucata em diferentes eventos fenológicos apresentam variações citogenéticas. Três populações de C. pusilla e quatro populações de C. fucata foram amostradas no Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada em 2022, nos meses de abril e novembro. Foram conduzidos estudos sobre fenologia, biologia reprodutiva, número de cromossomos, estimativa do tamanho do genoma e cariótipo. Cypella fucata não apresentou variação entre as quatro populações analisadas. Curiosamente, o estudo fenológico para C. pusilla mostrou que os indivíduos que florescem em cada pico de floração não são os mesmos. Todas as populações estudadas apresentaram o mesmo número de cromossomos 2n = 14. No entanto, as populações de C. pusilla apresentaram diferenças estatisticamente significativa nos tamanhos de genoma entre as estações: 2C = 3,43 pg ± 0,03 (primavera), 2C = 3,59 pg ± 0,02 (outono) e 2C = 3,67 pg ± 0,06. A partir da análise do pólen, observou-se que a população amostrada na primavera apresentou baixas taxas de viabilidade polínica (46%), o que contrastou com as populações analisadas no outono: 97% e 83%. O índice de autoincompatibilidade, com base nos resultados dos experimentos de biologia reprodutiva, indicou que a espécie é autoincompatível, pois apenas poucos frutos foram formados a partir de autopolinização. O índice de limitação polínica foi determinado para cada população. Esses dados evidenciaram que apenas a população da primavera apresenta limitação polínica. Uma vez que os indivíduos que florescem na primavera não são os mesmos que os do outono e que há uma diferença significativa nos valores de 2C e na produção de frutos, e tais variações podem estar potencialmente relacionadas a uma segregação temporal entre indivíduos da mesma população. No entanto, é importante ressaltar que o tamanho do genoma é apenas um de muitos fatores que podem afetar a fenologia, e estudos adicionais são necessários para entender completamente essas relações. |