Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Amanda Braga |
Orientador(a): |
Baldissera, Rudimar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/180438
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Resumo: |
Esta dissertação tem como objetivo problematizar os processos de comunicação pública realizados pelo Ministério da Saúde, a partir das representações da mulher-mãe percebidas pelas participantes do Estudo LINDA-Brasil na sua Cartilha para a mulher trabalhadora que amamenta. Essa Cartilha (BRASIL, 2015) é o principal material de promoção e apoio ao aleitamento materno utilizado para ajudar as mães e a Equipe do Estudo LINDA-Brasil no esclarecimento de dúvidas. Assim, para ajustarmos as lentes para as dimensões da noção de “representações da mulher-mãe” nos ancoramos nos Estudos Culturais e de Gênero, a partir dos estudos de Hall (2016) e Meyer (2000; 2003; 2004). Para apurarmos o olhar para as representações da mulher-mãe historicizadas a partir do aleitamento materno partimos de trabalhos na área da história social que analisaram a construção de significados do aleitamento materno e da maternidade através dos tempos, entre eles os de Ariès (1981), Badinter (1985; 2011) e Costa (1999). E para acertarmos o foco nos processos de comunicação pública nos baseamos no modelo normativo sistematizado por Habermas (2003; 2012) e ampliado por outros autores do campo teórico da comunicação e da corrente deliberativa como Gomes (2006; 2008), Miguel (2000), Maia (2011), Matos (2011) e Esteves (2011). A pesquisa empírica, por sua vez, compreendeu a realização de um grupo focal com sete participantes do Grupo de Intervenção do Estudo LINDA-Brasil. Com a análise dos relatos, pelo procedimento da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) e com base nos fundamentos epistêmico-teóricos, as representações construídas a partir das percepções das entrevistadas foram Mulher-mãe com Leite; Mulher-mãe Seca; Mulher-mãe Frágil e Mulher-mãe Empoderada. Nesse sentido, este estudo analisa as percepções dessas mulheres e problematiza, à luz da comunicação pública, que as representações da mulher-mãe compartilhadas na sociedade estão impregnadas do reducionismo biológico, marcado pela incapacidade de lidar com o conflito que se estabelece, para a mulher, entre o querer e o poder amamentar. Com esse pano de fundo, a Cartilha para a mulher trabalhadora que amamenta se orienta, invariavelmente, para informar a mulher sobre os direitos e as vantagens em ofertar o leite materno a seu filho e por responsabilizá-la pelos resultados futuros, decorrentes do sucesso ou do fracasso dessa prática. O enfoque na saúde e no bem-estar da criança é o predominante, sendo que a perspectiva da mulher-mãe – seus contextos, necessidades e vulnerabilidades – fica fora do foco dos sentidos que embasam a Cartilha. Assim, os processos de comunicação pública realizados pelo Ministério da Saúde permanecem míopes e sem enxergar de maneira fidedigna as mulheres trabalhadoras que amamentam. |