O ensino da matemática para alunos surdos bilíngues : uma análise a partir das teorizações de Michel Foucault e Ludwig Wittgenstein

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carneiro, Fernando Henrique Fogaça
Orientador(a): Wanderer, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/165695
Resumo: Esta dissertação é fruto de uma pesquisa realizada com o objetivo de examinar enunciados produzidos por professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sobre uma escola bilíngue para alunos surdos e o ensino de matemática. Os aportes teóricos que sustentam a investigação são as teorizações de Michel Foucault e Ludwig Wittgenstein, principalmente aqueles presentes em na obra Investigações Filosóficas. Além disso, foram utilizados conceitos do campo dos Estudos Surdos, conforme descrito por Carlos Skliar, Maura Corcini Lopes e Adriana Thoma. O material de pesquisa examinado consiste em: narrativas de quatro professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da escola investigada, geradas em entrevistas, documentos oficiais e Registros de Chamada da instituição. A estratégia analítica utilizada para examinar esse material orientou-se pela análise do discurso, na perspectiva de Michel Foucault. O exercício analítico realizado a partir do uso das ferramentas teóricas selecionadas mostrou que a escola de ouvintes e a escola de surdos têm fortes semelhanças de família, responsáveis pela disciplinarização dos corpos e dos saberes e condução das condutas dos alunos. Também foi possível identificar que tanto a escola de surdos como a de ouvintes se ocupam da produção de sujeitos disciplinados, normalizados a partir de um modelo a ser seguido, contudo, no caso dessa primeira, com um referencial de normalidade pautado em saberes provenientes da comunidade surda. Na disciplina de Matemática, especificamente, foi identificado que as semelhanças de família entre o ensino de surdos e ouvintes é ainda mais forte, visto que este campo de conhecimento, segundo os dados empíricos, pode ser trabalhado visualmente. Percebeu-se que a imperatividade do uso dos materiais concretos nas aulas de Matemática também está presente, porém com uma outra justificativa: a de que o aluno surdo é um sujeito visual. Assim, pode-se pensar que os jogos de linguagem que constituem a Matemática Escolar seguem predominantes, mesmo nas escolas de surdos, com sua gramática pautada por formalismo, ordem e assepsia.