Análise molecular do gene IDUA em pacientes brasileiros com Mucopolissacaridose tipo I e distribuição mundial das mutações mais comuns

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Poletto, Édina
Orientador(a): Baldo, Guilherme
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180492
Resumo: A mucopolissacaridose tipo I (MPS I) é uma doença autossômica recessiva causada por mutações no gene α-L-iduronidase (IDUA), resultando na ausência da enzima lisossomal de mesmo nome e consequente acúmulo de glicosaminoglicanos (GAGs). Há mais de 200 mutações patogênicas descritas nesse gene e o perfil mutacional varia consideravelmente entre os países. Neste estudo, foi feita a análise molecular de 92 amostras de DNA, representando a maior amostra analisada de pacientes brasileiros com MPS I. Além disso, as frequências alélicas de outros países foram analisadas para melhor entender a composição da nossa população e a distribuição no mundo das mutações mais comuns. Trinta e nove mutações foram identificadas na amostra, sendo 12 delas novas: c.78delC, c.159-1_-23del, p.Gln125*, p.Trp175*, c.590-6ins4G, c.763delC, c.973-1G>A, p.Asp349Glu, p.Asn350Lys, p.Lys384Asn, c.1403-12_- 4delCAGGCCCCG e c.1522_1525delGAGG. Análises in silico das mutações novas sugerem que elas são provavelmente patogênicas, confirmando o diagnóstico bioquímico e clínico. As mutações p.Trp402* e p.Pro533Arg são as mais frequentes no Brasil, com 38% e 17% dos alelos, respectivamente. A primeira também é a mais frequente na Austrália, América do Norte e em alguns países da Europa, enquanto que a p.Pro533Arg é encontrada principalmente no norte da África e nos países mediterrâneos. O segundo alelo mais frequente no mundo, p.Gln70*, é muito comum na Escandinávia e relativamente raro nos pacientes brasileiros, com apenas 3% dos alelos. Estes resultados revelam a grande heterogeneidade alélica do gene IDUA não apenas nos pacientes brasileiros, mas também entre populações geograficamente próximas, e contribui para o desenvolvimento de estratégias de diagnóstico e tratamento mais eficientes.