Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pancotto, Adriana |
Orientador(a): |
Lopes, Fernanda Tarabal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263188
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Resumo: |
A pandemia Covid-19 que atingiu o Brasil em meados do mês de março de 2020, afetou drasticamente o campo do esporte e lazer no Brasil e no mundo. No primeiro momento da pandemia Covid-19, a natureza essencial (ou não), das atividades físicas, esporte e lazer foi questionada, mas seus benefícios à promoção de saúde foram destacados. A Constituição Federal Brasileira de 1988 prevê o esporte e o lazer como direitos a serem garantidos pelo Estado brasileiro a todos cidadãos por meio de políticas públicas. A Organização das Nações Unidas (ONU) também reconhece as práticas de atividades físicas e esportivas (AFEs) enquanto uma opção das pessoas para o enriquecimento de suas vidas. No entanto, a maioria da população brasileira não está envolvida com essas práticas. Dentre as inúmeras contradições e novas práticas ocorridas durante pandemia Covid-19, o ciclismo/andar de bicicleta ressurgiu na cidade de Porto Alegre/RS e em todo o mundo. Assim, este estudo teve por objetivo principal compreender como o ciclismo/ andar de bicicleta e suas políticas públicas são performados na cidade de Porto Alegre/RS, em tempos de pandemia. Sob a lente das ontologias múltiplas de Annemarie Mol, as AFEs, por meio do ciclismo/andar de bicicleta, foram compreendidas como algo a ser constituído, negociado, nas suas diferentes "performances". A praxiografia foi adotada como modo de pesquisar o fenômeno em questão, com a utilização da observação participante, entrevistas e análise documental. A partir de um retorno a realidade cotidiana na cidade, múltiplas realidades do ciclismo/andar de bicicleta foram identificadas: o ciclismo/andar de bicicleta pandêmico; o (inter) geracional; o utilitário e como mobilidade ativa; como esporte amador, de rendimento e lazer; e o de risco. O "andar de bicicleta" enquanto atividade física está presente em todas essas múltiplas realidades coexistentes. Conhecer as múltiplas realidades possibilitou compreender as dimensões políticas e as condições de possibilidade para as práticas. As opções, escolhas e tomadas de decisão nos diferentes sítios de interesse identificados (praticantes, Prefeitura de Municipal de Porto Alegre, Cicloativistas, Universidades e o Mercado) evidenciam a existência de conflitos; de iniquidades no acesso e na distribuição dos espaços públicos para mobilidade ativa; e dos múltiplos efeitos benéficos proporcionados pelas práticas. Identificou-se que a realidade do ciclismo/andar de bicicleta esportivo não está contemplada no atual Plano Diretor Cicloviário (PDCI). Contemplar essa realidade nas Políticas Públicas torna-se importante para a performance de uma prática mais segura. Por todas essas questões, percebe-se que o ciclismo/andar de bicicleta é um objeto complexo. Ampliar a participação de outros sítios de interesse públicos faz-se necessária para performar uma política intersetorial que possa garantir os múltiplos direitos relacionados às múltiplas práticas. A geração de opções, soluções e prioridades pelo Poder Público Municipal deve partir da demanda, ou seja, de melhor conhecer os usuários e suas realidades. Histórias de performance podem contribuir para o diagnóstico e compreensão das realidades a fim de contemplá-las nas Políticas Públicas. Por fim, compreende-se que o conhecimento das múltiplas realidades vai ao encontro de estilos de políticas democráticas que buscam atender e concretizar as demandas e direitos sociais. |