Polimorfismos genéticos e aspectos comportamentais relacionados à depressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Reis, Samara Marques dos
Orientador(a): Chies, Jose Artur Bogo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276221
Resumo: Esta tese aborda o tema polimorfismos genéticos e aspectos comportamentais relacionados à depressão, através de três manuscritos que abordam essa temática. Nessa perspectiva, os seguintes temas foram discutidos, o primeiro manuscrito desenvolveu uma abordagem de pesquisa para identificar marcadores potenciais de predisposição à doença (depressão), usando a correlação entre os dados epidemiológicos e as frequências de polimorfismos na população. Três grupos de genes foram avaliados para testar essa premissa, sendo: variantes relacionadas à depressão encontradas através da metodologia GWAS; seis genes não relacionados à depressão e quatro genes relacionados com depressão em estudos caso-controle de genotipagem (TPH2, NR3C1, SLC6A2 e SLC6A3). Em termos das variantes relacionadas à depressão nos ensaios de GWAS, nove dos 82 SNPs avaliados demonstraram uma correlação positiva entre a frequência alélica e genotípicas destes com as taxas de depressão obtidas a partir de dados epidemiológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nenhum dos 286 SNPs mapeados nos genes não relacionados com depressão (grupo neutro) foi correlacionado com as taxas de depressão, como esperado. Em termos do grupo denominado “prova de conceito”, dois SNPs do gene THP2, 26 SNPs do gene NR3C1 e quatro SNPs do gene SLC6A3 mostraram-se estatisticamente relacionados com as taxas de depressão de estudos epidemiológicos. Essas correlações, junto aos dados da literatura envolvendo esses SNPs, apoiam esta estratégia como um método complementar para identificar possíveis variantes causadoras da doença. No que se refere ao segundo manuscrito, esse relacionou o aspecto nutricional e o estilo de vida de pacientes depressivos com os sintomas apresentados, por meio de um estudo caso-controle. A amostra foi composta por 389 indivíduos (217 depressivos e 172 controles) com média de idade de 45,6±15,6 anos (variando de 16 a 83 anos), sendo a maioria do sexo feminino (78,1%). Nos resultados obtidos, a maioria dos pacientes com depressão apresentou sintomas graves de depressão. A depressão associou-se com maior índice de massa corporal (IMC), obesidade, menor consumo de álcool e maior tabagismo. No terceiro manuscrito, ainda em fase parcial, exploramos a influência de uma dieta deficiente em triptofano e polimorfismos do gene TPH2 no desenvolvimento da depressão. Os dados preliminares sugerem uma associação entre uma dieta com baixo teor de triptofano e o desenvolvimento e sintomatologia da depressão. Estudos subsequentes envolverão a genotipagem de três SNPs do gene da Triptofano Hidroxilase 2 (TPH2) para avaliar seu papel no desenvolvimento da patologia. Essa pesquisa revela uma abordagem interdisciplinar para entender a depressão, explorando não apenas fatores genéticos, mas também aspectos nutricionais e de estilo de vida em relação à condição. Relacionando os dados obtidos, nossos resultados colaboram com hipótese que variantes genéticas e fatores nutricionais desempenham um papel importante na depressão, aportando novos dados para que pesquisas que investiguem estas relações, de forma mais aprofundada, possam ajudar na diminuição dos sintomas desta doença.