Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Kelleter, Rafael Ferreira |
Orientador(a): |
Carvalho, Rodrigo Saballa de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/264333
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Resumo: |
A partir das contribuições do campo de estudos da Pedagogia da Infância, em diálogo com a Abordagem Pikler, a pesquisa teve como objetivo discutir a motricidade livre como uma das condições fundamentais para os bebês desenvolverem a autonomia na creche. Na Abordagem Pikler, a autonomia é entendida como a possibilidade de o indivíduo, movido pelo desejo, realizar algo por iniciativa própria. Desse modo, a opção por deixar os bebês disfrutarem de seus movimentos de forma livre, sem intervenção direta do adulto, auxilia na construção dessa autonomia. Ou seja, a motricidade livre possibilita aprendizagens socioculturais. Em tal direção, a pesquisa teve como objetivo observar os bebês no cotidiano da creche, acompanhando como ocorre o desenvolvimento da autonomia deles por meio da motricidade livre. Ademais, a investigação teve como objetivos específicos: observar os deslocamentos dos bebês nos espaços da creche; identificar as posturas de transição dos bebês; observar e descrever as reverberações da organização dos tempos, espaços, materiais no desenvolvimento da autonomia dos bebês; descrever como ocorriam as relações entre os bebês, entre os bebês e os materiais e entre os bebês e as professoras; e estabelecer um diálogo entre a Abordagem Pikler e a Pedagogia da Infância. A pesquisa foi desenvolvida com oito bebês com idades entre 4 meses e 1 ano e 5 meses, por um período de seis meses em uma turma de berçário de uma Escola de Educação Infantil da rede privada do município de Porto Alegre (RS). Metodologicamente, foram utilizadas como estratégias de geração de dados a observação pikleriana, o diário de campo, o registro fotográfico e fílmico. A partir do material, foram definidas as seguintes unidades analíticas: a) movimento livre e autonomia dos bebês: mimese e aprendizagem cultural; b) movimento livre e autonomia dos bebês na interação com objetos, espaços e mobiliários; c) movimento livre e autonomia dos bebês em seus deslocamentos pelos espaços; e d) movimento livre e autonomia dos bebês nas interações com os pares. Em relação a mimese e a aprendizagem cultural, foi possível observar que o movimento livre possibilita aos bebês aprenderem com seus pares, realizando ações semelhantes ou ainda novas ações decorrentes de tal processo. Por sua vez, quanto aos objetos, também foi perceptível que os espaços e mobiliários auxiliam na construção da autonomia, viabilizando interações dos bebês consigo mesmos, com os outros e com o contexto do qual fazem parte. No que diz respeito aos deslocamentos, permitir que os bebês possam se deslocar livremente nos espaços internos/externos da creche também influencia a constituição de sua autonomia. Com respeito às relações, foi possível evidenciar que estas não só influenciam a autonomia dos bebês como também proporcionam a aprendizagem. Ademais, foi possível descrever as diferentes posturas que os bebês alcançam através da liberdade de movimentos. Por fim, pode-se inferir que o movimento livre possibilita a mimese, os processos de aprendizagem cultural e a atenção conjunta a partir das relações estabelecidas pelos bebês. |