Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Seger, Guilherme Dubal dos Santos |
Orientador(a): |
Duarte, Leandro da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/207424
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Resumo: |
Nas últimas décadas estudos em ecologia de comunidades incorporaram a perspectiva evolutiva para entender como as comunidades se organizam no espaço e no tempo. A similaridade evolutiva entre espécies é considerada fundamental para o entendimento da estruturação das comunidades e dos padrões de coexistência das espécies. O avanço de ferramentas analíticas e computacionais propiciariam a reconstrução de filogenias descrevendo com maior precisão as relações de parentesco entre espécies, o que levou ao desenvolvimento da área de ecologia filogenética. A hipótese de que espécies filogeneticamente próximas são similares em relação às suas características ecológicas foi inicialmente utilizada para interpretar quais processos poderiam estar determinando a organização das comunidades. Porém, a abordagem estritamente filogenética tem sido questionada pela falta de correlação com a estrutura funcional das comunidades. A integração das abordagens filogenética e funcional tem demonstrado uma complementaridade na explicação dos padrões de coexistência das espécies. Dentre as características funcionais, atributos reprodutivos são fundamentais para sobrevivência das espécies, influenciando a dispersão e a colonização de novos ambientes. Esta tese avaliou diferentes métodos de reconstrução de filogenias buscando primeiramente obter relações filogenéticas mais precisas entre espécies para que em conjunto com atributos reprodutivos fosse avaliada a organização das comunidades no espaço e no tempo. No primeiro capítulo foi avaliado o efeito de filogenias moleculares, pseudocronogramas e filogenias topológicas em medidas de diversidade e dispersão filogenética alfa e beta. A influência das diferentes filogenias nas medidas de dispersão e diversidade filogenética variaram de acordo com a composição das unidades amostrais. A correção dos procedimentos de reconstrução filogenética no programa Phylocom aumentou a similaridade com filogenias moleculares sem perda de poder estatístico, dependendo da medida de dispersão e diversidade avaliadas. Em uma situação de deficiência de dados moleculares, pseudocronogramas gerados pelo programa Phylocom são uma boa escolha especialmente para o cálculo do índice de parentesco líquido. No segundo capítulo foi avaliado a variação na composição de espécies, filogenética e funcional de plantas trepadeiras no processo de avanço da floresta sobre o campo. Foi analisada a associação de características de dispersão dos frutos e filogenia em um gradiente de manchas florestais de diferentes áreas e isolamento em relação a floresta contínua circundante. Foi encontrado um padrão aninhado na composição de espécies, indicando que manchas florestais menores são subconjuntos de manchas maiores que por sua vez são subconjuntos da floresta contínua. A área e o isolamento da mancha florestal são fatores determinantes do padrão de organização das comunidades, criando um filtro ambiental selecionando a composição de espécies. Além disso, as comunidades não são organizadas de acordo com as relações filogenéticas das espécies, mas atributos de dispersão como o tipo de fruto e a síndrome de dispersão mostraram uma associação com o gradiente de área e isolamento, sendo determinantes para colonização dos diferentes tipos de manchas florestais. No terceiro capítulo foi avaliado a conservação filogenética na fenologia reprodutiva de uma comunidade de trepadeiras e analisado se havia uma associação entre a composição de espécies em floração e frutificação e variáveis climáticas, mediada pela relação filogenética entre as espécies. Foi observado um baixo sinal filogenético nos picos de floração e frutificação, mostrando que espécies filogeneticamente próximas diferem em seus períodos fenológicos. Porém, espécies de um mesmo clado em escalas filogenéticas amplas ou finas, responderam de maneira similar à mesma variável climática. A integração das abordagens filogenética e funcional, demonstraram uma complementaridade permitindo compreender de uma maneira mais completa como as comunidades se estruturam no espaço e no tempo. |