Biogeografia e diversificação do gênero Stizophyllum (Bignoniaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Beyer, Maila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-21082018-083208/
Resumo: A região Neotropical é uma das regiões com maior biodiversidade no planeta. Essa região apresenta uma complexa história geológica que iniciou-se com a quebra da Gondwana, separando os continentes sul-americano e africano, durante o Mesozóico, há ca. de 150 milhões. Todas as mudanças geológicas que seguiram influenciaram a diversificação da fauna e flora dessa região. No entanto, ainda não sabemos quais processos levaram à alta diversidade encontrada nesta região. Esse estudo, foca em Stizophyllum, (Bignonieae, Bignoniaceae), um pequeno gênero de lianas Netropicais, que ocorre desde o México até o sul do Brasil. Apesar da cirscunscrição de Stizophyllum ser clara, limites específicos permanecem complicados neste grupo e pouco se sabe sobre sua história evolutiva. Este estudo visa: (i) reconstruir a filogenia do gênero e utilizá-la como base para inferir a história biogeográfica do grupo, e (ii) desenvolver marcadores de microssatélites (SSRs) nucleares e plastidiais, para futuros estudos filogeográficos e de genética de populações. Para tal, reconstruímos a filogenia do gênero com base em três marcadores moleculares (ndhF, rpl32-trn,L e pepC) e uma ampla amostragem de indivíduos, utilizando inferências bayesiana e de máxima verossimilhança. Em seguida estimamos as idades de divergência das diversas linhagens e reconstruímos a história biogeográfica do grupo. Por fim, desenvolvemos marcadores de microssatélite nucleares (nSSRs) e de cloroplasto (cpSSRs) para o grupo. Ao todo, desenvolvemos trinta e sete SSRs, nove nucleares e vinte oito de cloroplasto. Todos marcadores foram polimórficos em S. riparium e apresentaram sucesso de transferabilidade para S. inaequilaterum e S. perforatum. Cinco clados principais foram reconstruídos na filogenia molecular do gênero, os quais são caracterizados por bons caracteres morfológicos e aqui reconhecidos como espécies em uma nova sinopse apresentada para o grupo: (i) S. inaequilaterum Bureau & K. Schum., distribuído pela Amazônia e América Central; (ii) S. perforatum (Cham.) Miers, distribuído pela Mata Atlântica e Áreas Secas do Brasil Central, (iii) S. riparium (Kunth) Sandwith, distribuído por toda Bacia Amazônia; (iv) S. flos-ardeae (Pitter) Beyer & L.G. Lohmann, distribuído pela América Central, e (v) S. coriaceum Beyer & L.G. Lohmann, restrito ao Estado do Pará, na Amazônia Oriental. O estudo biogeográfico indicou que o ancestral de Stizophyllum e seu grupo-irmão Martinella, estava distribuído pela Amazônia. A divergência destas linhagens ocorreu durante o Eoceno, enquanto a diversificação das espécies de Stizophyllum ocorreu durante o Mioceno, a partir de um ancestral amplamente distribuído pela região Neotropical. Essa dissertação traz novos dados para um melhor entendimento dos processos que levaram à estruturação da biota Neotropical e contribui dados importantes para um projeto multidisciplinar amplo neste tópico (FAPESP 2012/50260-6)