Evolução paleoambiental da Formação Juruá (Bacia dos Solimões) e sua relação com eventos tectônicos e climáticos do Gondwana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Gabriela Meyer Neibert Knobelock dos
Orientador(a): Scherer, Claiton Marlon dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273990
Resumo: O Carbonífero foi marcado pela expansão e contração das camadas de gelo da Era Glacial do Paleozóico Tardio, com três picos glaciais reconhecidos em depósitos glaciais de bacias gondwânicas. Apesar da ampla caracterização dos episódios glaciais em registros de alta paleolatitude, as consequências das alterações dos padrões de circulação atmosférica são pouco identificadas nas latitudes médias e baixas de Gondwana. Assim, este estudo propõe caracterizar o arcabouço estratigráfico da Formação Juruá, cronocorrelata ao evento glacial do Pennsylvaniano Médio e posicionada em médias paleolatitudes, e interpretar a evolução estratigráfica e paleoclimática. Para a investigação das variações de condicionantes climáticos, essa unidade foi estudada por meio de levantamento estratigráfico de testemunhos de sondagem, análise de perfil de raio gama e estudo paleontológico e palinológico. O arcabouço estratigráfico da Formação Juruá foi caracterizado em dez associações que compreendem três intervalos estratigráficos. Com base nesses intervalos, interpretamos dois estágios climáticos que registram a evolução paleoambiental e a aridização da unidade. A redução da umidade é expressa pela mudança drástica nos indicadores paleoclimáticos, como o conteúdo fossilífero, a disponibilidade de sedimentos finos, a expansão do campo de dunas eólicas e os depósitos evaporíticos. Contemporâneo à aridização, a Formação Juruá registra um grande evento transgressivo causado por um pico na taxa de subsidência da bacia. A inversão climática registrada nessa sucessão é explicada pela mudança no padrão de circulação atmosférica no episódio glacial do Pennsylvaniano Médio, que alterou o posicionamento das zonas de umidade e aridez em latitudes próximas a 30°. A variação climática influenciou na compartimentação da Formação Juruá enquanto reservatório de hidrocarboneto. Foram diferenciadas três escalas de análise da heterogeneidade onde as litofácies e associações de fácies eólicas apresentaram melhores propriedade petrográficas para reservatório e pelitos e evaporitos para rochas selo e barreiras de fluxo. Com a expansão de campos de dunas e formação de evaporitos durante aridização, nota-se a estreita relação entre a evolução paleoclimática e a heterogeneidade da Formação Juruá.