Visibilidade, deliberação e afetos : comunicação e política nas ocupações da UFRGS em 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Parker, Marcelo Xavier
Orientador(a): Weber, Maria Helena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189384
Resumo: Esta pesquisa tem como tema a comunicação praticada nas ocupações da UFRGS, ocorridas nos últimos meses de 2016. O problema de pesquisa busca entender como é construída a narrativa dos estudantes sobre a própria ação e quais as estratégias de comunicação utilizadas para organizá-los internamente e divulgar as suas pautas. Deflagradas em oposição a uma medida econômica encaminhada pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, a PEC 241/55, as ocupações de universidades sucederam as ocupações de escolas públicas por estudantes secundaristas de vários estados brasileiros. A análise foi centrada nas ocupações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com um estudo de caso mais aprofundado sobre a ocupação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico). A hipótese que norteia este estudo é a de que a comunicação foi o eixo de sustentação e organização das ocupações em 3 dimensões: as estratégias de visibilidade; as assembleias deliberativas e a comunicação interpessoal. O objetivo geral é mapear e analisar a comunicação interna e externa produzida pelos estudantes da UFRGS, especialmente na Fabico. É através de estratégias de comunicação que a visão política dos estudantes ultrapassa os limites do prédio ocupado. Mas ela também atua como elemento fundamental no processo de organização e coesão dos manifestantes. É neste segundo nível que acontecem as deliberações e onde são trabalhadas as relações interpessoais. Procurei analisar as práticas de comunicação associadas à mobilização política, com o auxílio dos conceitos repertório (TILLY; TARROW, 2008), deliberação (BENHABIB, 2009; BOHMAN, 2009; FISHKIN, 2015), comunicação pública (ESTEVES, 2011; WEBER, 2017) e mídia radical alternativa (DOWNING, 2004). Através de entrevistas com quinze estudantes que ocuparam a Fabico e da pesquisa exploratória em páginas no facebook, foi possível descrever e analisar as práticas de comunicação empregadas no esforço de luta política, seja na divulgação das pautas das ocupações, seja na organização interna. O estudo de caso também possibilitou a formação de generalizações a respeito das ocupações da UFRGS, além de revelar particularidades no funcionamento de cada uma delas.