A trajetória política de mulheres brasileiras : um olhar à luz da carreira interacionista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Colling, Taís
Orientador(a): Lopes, Fernanda Tarabal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281566
Resumo: A presente tese teve por objetivo compreender a trajetória política de mulheres brasileiras a partir de um olhar interacionista em carreira. Para tanto, foram entrevistadas sete mulheres que com suas histórias dizem como é ser mulher e política no Brasil. A produção de dados se deu por intermédio do Método Biográfico, com (i) entrevistas de trajetórias de vida, (ii) entrevistas com representantes de partidos políticos, e (iii) reflexões de cadernos de campo. Todo o material produzido resultou em matéria passível de exploração, que foi analisada por meio de Análise de Conteúdo. Adotou-se como lente teórica a lógica da Carreira Interacionista (HUGHES, 1937), onde os principais conceitos relacionados se referem aos pares conceituais que seguem: carreira sobre as perspectivas objetiva e subjetiva; pontos de inflexão e seus elementos de influência; bem como os embates pelas noções de conflito e dilema (HUGHES, 1937, 1958, 2003). Para além destes, também serviu como amparo teórico o olhar macrossociológico de Pierre Bourdieu (BOURDIEU, 1983, 1989, 1997, 2002, 2011, 2013, 2014) como meio de compreender a relação entre indivíduos e instituições. Como principais resultados, observou-se que mulheres adentram o contexto político por reconhecimento profissional a partir da construção de suas carreiras, bem como influências familiares; mulheres necessitam de um ‘aval simbólico’ de suas famílias para entrada na política, e há, em certa medida, interesses generificados do saber no interior do espaço doméstico no que tange à política, onde crianças recebem diferentes incentivos de aprendizagem a depender de seu gênero. Já os dilemas encontrados se referem entre ocupar cargos eletivos e o se fazer presente no lar; e manter a saúde mental ou seguir seus projetos de vida. No que se refere aos conflitos, observou-se que a maturidade na carreira tem possíveis consequências, onde mesmo havendo certa satisfação pessoal pelo fato de ocuparem cargos eletivos em um contexto normativo, este último, por vezes, exigiu reflexões sobre continuidade em meio ao sofrimento causado. Por fim, foi proposto o conceito de "tensões de carreira" como meio de caracterizar o sentimento de pressão associado à impotência pessoal de alteração do cenário apresentado.