[pt] AS ELEITAS ENTRE AS ELEITAS: HISTÓRIAS DE VIDA E TRAJETÓRIAS DE CARREIRAS NA MEDICINA SOB A PERSPECTIVA BOURDIEUSIANA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: RODILON TEIXEIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=59641&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=59641&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.59641
Resumo: [pt] O propósito central deste estudo, desenvolvido na área de Administração e, especificamente, no campo dos estudos de carreiras, foi compreender e analisar as influências da origem social no desenvolvimento da carreira médica, tendo como base os relatos das experiências vivenciadas por médicas ginecologistas e obstetras com carreiras consolidadas, atuantes na cidade do Rio de Janeiro. O método de pesquisa história de vida foi empregado para obter as narrativas biográficas das médicas com o intuito de alcançar aspectos subjetivos, culturais, sociais e relacionais de suas vidas e carreiras. As contribuições da abordagem de Pierre Bourdieu aos estudos de carreira alicerçaram o referencial teórico. Os achados sobre o campo médico demonstraram sobreposição de fenômenos sociais que se relacionaram com raça, classe e gênero, além da percepção das entrevistadas sobre as mudanças que vêm ocorrendo nesse campo. Além disso, os relatos evidenciaram que, neste grupo de médicas, as diferenças das origens sociais influenciaram o desenvolvimento de suas carreiras. Os capitais econômico e cultural foram os principais que delinearam as trajetórias — de vida e de carreira — e contribuíram em maior nível para aumentar ou diminuir as oportunidades no campo médico. O capital econômico delimitou as escolhas e os caminhos durante a graduação e no desenvolvimento da carreira, evidenciado em escolhas motivadas pelo aperfeiçoamento profissional ou premidas pela necessidade financeira, que resultaram, por exemplo, no maior ou menor tempo dedicado à educação médica, ou, ainda, na abertura do consultório próprio na fase inicial ou intermediária da carreira. O capital cultural herdado e adquirido nas trajetórias de vida, conexo ao capital social, tornou-se, no contexto do campo médico, capital de carreira, visto que contribuiu para aumentar as oportunidades que as médicas tiveram em suas carreiras e observado nas diferentes posições ocupadas que refletiram os volumes desiguais desses capitais. Os achados do estudo revelaram aspectos do habitus de carreira que podem restringir ou ampliar as estratégias e investimentos relacionados à carreira, sobressaindo-se a herança do habitus da carreira médica, recebida de familiares médicos, aliado ao capital cultural dos pais quando se tornou evidente a importância das relações sociais, das estratégias e das táticas que seriam mais adequadas para se desenvolver e alcançar uma carreira sólida e de sucesso na medicina, antes mesmo da entrada no curso. Os capitais de carreira médica destacados nas trajetórias foram: relações e interações sociais (capital cultural e social); tempo de educação médica (capital cultural e capital econômico); diplomas de instituições (capital cultural e simbólico); experiência acadêmica internacional (capital cultural e econômico). Por fim, destacamos que os contextos das origens sociais das médicas tornaram os caminhos mais ou menos fluídos, reflexo da influência dos distintos volumes e estruturas dos capitais que potencializaram ou atenuaram o mérito individual.