Impactos da pandemia da COVID-19 : alterações no padrão do sono e fatores associados em enfermeiras e técnicas de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Eveline Franco da
Orientador(a): Vettorazzi, Janete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277223
Resumo: Introdução: A pandemia da Coronavirus Disease-2019 (COVID-19) provocou diversas mudanças nas vidas dos profissionais de saúde. Entre esses, mundialmente, a enfermagem consiste em uma das maiores classes em número, e é predominantemente exercida por pessoas do sexo feminino. O processo de trabalho desses profissionais foi afetado pelo aumento da demanda pela assistência à saúde, pelas condições de trabalho e estresse relacionados ao contexto da pandemia. Essa situação pode representar estresse e exaustão física e emocional para a enfermagem, acarretando agravos à saúde mental. Objetivo: Identificar fatores associados à piora do padrão do sono em enfermeiras e técnicas de enfermagem que trabalharam durante a pandemia da COVID-19. Métodos: Estudo epidemiológico observacional, de corte transversal, oriundo de um projeto de pesquisa que avaliou o estado de saúde de médicas e profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. A coleta de dados ocorreu no período que contemplou o primeiro surto da COVID-19 no Brasil, entre julho e outubro de 2020, através de um formulário eletrônico do Google Forms®, composto por dados sociolaborais, aspectos de saúde, rastreio de sintomas depressivos e avaliação do sono. A amostra constitui-se de 282 profissionais de enfermagem (193 enfermeiras e 89 técnicas de enfermagem) atuantes durante a pandemia da COVID-19. Foram critérios de inclusão: enfermeiras e técnicas de enfermagem, maiores de 18 anos, que atuam na assistência hospitalar e/ou ambulatorial do sistema público e/ou privado de saúde. Excluíram-se: gestantes e lactantes. Estimou-se a associação dos fatores estudados com a piora de sono, utilizando-se modelos de Poisson com a variância robusta por meio do método de sandwich. Foram empregados os critérios de Informação de Akaike e Bayesiano e o teste da Razão de Verossimilhança. Para todas as análises utilizou-se o nível de significância de 5%. A pesquisa contemplou a Resolução 466/2012, recebendo Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAEE) 32907020.7.0000.5327 e 32907020.7.3001.5330. Resultados: Das 282 profissionais, 31,6% (89) eram técnicas de enfermagem e 68,4% (193), enfermeiras, com idade mediana de 37 anos e que exerciam, em sua maioria, atividades exclusivamente assistenciais (85%). Verificou-se piora do sono naquelas com sintomas depressivos (razão de prevalência (RP) 1,75; 1,33-2,29), sobrecarga de trabalho (RP 1,71; 1,15-2,55) e que utilizavam medicamentos antidepressivos (RP 2,00; 1,12-3,58). Conclusão: Aspectos relacionados à saúde mental e a sobrecarga de trabalho foram associados à piora do sono em enfermeiras e técnicas de enfermagem durante a pandemia da COVID-19, evidenciando a necessidade de preservação e manutenção da saúde mental.