Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Müller, Cláudia Odiléia |
Orientador(a): |
Palombini, Analice de Lima |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/115073
|
Resumo: |
Discute-se neste trabalho a clínica em Saúde Coletiva a partir de narrativas de casos clínicos de bebês atendidos por uma equipe multiprofissional, que se quis interdisciplinar, de nutrição e de psicologia, com aporte teórico da psicanálise, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Preocupa-se nesta pesquisa em compreender os aspectos técnicos da prática clínica em questão, em como a intersubjetividade influenciou o encontro, em como se efetivou o trabalho entre os saberes e a construção de redes intersetoriais de atendimento. Tomou-se a narrativa de casos clínicos como uma metodologia de pesquisa sustentada em Walter Benjamim, com seu “narrador sucateiro”, e em Ricardo Rodulfo, através do método do Estudo Clínico e do estatuto do brincar. As narrativas foram construídas por um coletivo do qual participaram duas nutricionistas e uma ex-estagiária de psicologia, que, juntamente com a mestranda, atenderam aos casos clínicos narrados. O que se observou nas narrativas foi o que se estabelecia e se desdobrava a partir da emergência de um espaço entre as diferentes disciplinas, os diferentes setores, os diferentes saberes. Entendeu-se o entre saberes como uma criação, algo que se difere a partir da intercessão entre saberes, que se contamina pelo novo que o outro saber introduz, estabelecendo uma continuidade, uma suplementaridade, que ao mesmo tempo reconhece a diferença, criando assim o paradoxo da transicionalidade, que precisa ser sustentado em prol da constituição de uma experiência. O entre é um espaço, mas também é um movimento, repleto de tensão, de disputa, de aprendizagens, no qual circulam subjetividades, o que acrescenta o fator inconsciente à complexidade do entre saberes. Conclui-se que a clínica com bebês oferece uma visibilidade ao que se denominou de encruzilhada clínica e ético-política, na qual se cruzam os saberes dos usuários com os saberes técnicos das disciplinas envolvidas, como a nutrição e a psicanálise, com os saberes da Saúde Coletiva produzindo escolhas guiadas pela posição ética dos trabalhadores. Desta forma, argumenta-se que a clínica acontece em um movimento entre saberes que circula em uma superfície paradoxal, produzindo uma relação que, seguindo a Torossian (2009b), inspirada em Derrida e Lacan, nomeamos de “suplementaridade moebiana” entre clínica e Saúde Coletiva. |