Padrões, processos e mecanismos de nucleação da vegetação lenhosa florestal nos campos do Planalto Nordeste do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Duarte, Leandro da Silva
Orientador(a): Pillar, Valerio de Patta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/12005
Resumo: O modelo tradicional de dinâmica de expansão da floresta com Araucaria sobre os campos do Planalto Sul-brasileiro foi desenvolvido pelo naturalista Roberto Klein (1923-1992), e foi baseado no processo de nucleação florestal em áreas campestres. Estudos visando compreender o processo de estabelecimento de espécies de plantas lenhosas florestais em manchas de floresta com Araucaria isoladas em áreas campestres do Planalto Nordeste do Rio Grande do Sul foram desenvolvidos a partir da análise de padrões de colonização e mecanismos de dispersão de diásporos. Os estudos foram conduzidos no CPCN Pró-Mata PUCRS, em São Francisco de Paula, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O CCapítulo 1 apresenta os principais eixos teóricos abordados ao longo da tese, seus referenciais históricos e contexto local. No CCapítulo 2 foi avaliado o papel de arbustos e árvores isoladas como sítios de colonização para espécies lenhosas florestais em áreas abertas.Foram encontradas mais plântulas de espécies florestais sob a copa de plantas-berçário (particularmente sob araucárias) do que em áreas abertas e as plântulas apresentaram diásporos dispersos principalmente por vertebrados, indicando a importância de árvores de Araucaria angustifolia como plantas-berçário no processo de colonização de sítios campestres por espécies florestais. Os capítulos 3, 4 e 5 discutem padrões de colonização de manchas florestais por espécies lenhosas florestais e mecanismos de dispersão de espécies florestais colonizadoras de manchas. Foram analisadas manchas florestais de tamanhos diferentes em área de campo nativo. No Capítulo 3 foram analisadas a composição de espécies (abundância relativa), a riqueza, a diversidade e os padrões de colonização em comunidades de plantas jovens nas manchas. Riqueza e diversidade foram positivamente correlacionadas com aárea da mancha; além disso, a ordenação das unidades amostrais de acordo com a abundância relativa de indivíduos jovens de espécies lenhosas indicou um gradiente nas comunidades de plantas jovens associado com a área da mancha. A razão entre a abundância de espécies residentes (presentes nas comunidades tanto como indivíduos jovens quanto como adultos) e colonizadoras (presentes nas comunidades somente como indivíduos jovens) aumentou de plantas-berçário para manchas grandes. Nestas últimas, o predomínio de espécies residentes nas comunidades de indivíduos jovens dificulta a imigração de novas espécies para as manchas, limitando a riqueza e a diversidade. No Capítulo 4 foram analisadas as estratégias de dispersão das espécies lenhosas colonizadoras das manchas.Foi avaliada a influência da filogenia e atributos de diásporos relacionados à atração de dispersores (DAT) sobre o trade-off tamanho de semente/número de sementes (SSNT) em espécies lenhosas colonizando manchas florestais, e em comunidades de plantas jovens presentes em manchas florestais de tamanhos diferentes. A alocação de energia para dispersão (número de sementes) em detrimento de sobrevivência da prole (tamanho das sementes) aumentou o sucesso no estabelecimento de espécies colonizadoras em manchas florestais somente quando as influências da filogenia e do DAT foram controladas através de análise de resíduos. A área da mancha exerceu uma pressão seletiva sobre o tamanho das sementes, especialmente quando as influências de filogenia e DAT foram removidas. No Capítulo 5 foi analisada a influência das interações entre plantas colonizadoras e frugívoros dispersores sobre a colonização de manchas florestais.A maioria das espécies lenhosas colonizando manchas de floresta com Araucaria apresentaram diásporos associados com dispersão por vertebrados. Interações entre plantas e frugívoros envolvendo aves de tamanho médio, a maioria frugívoras, associadas com habitats de borda e hábito migratório correlacionaram-se positivamente com manchas pequenas e grandes, enquanto aquelasenvolvendo aves residentes de tamanho grande, em sua maioria não-frugívoras e habitantes de áreas abertas e florestas associaram-se com plantas-berçário. Nossos resultados sugeriram um trade-off envolvendo a quantidade de reservas contidas na semente e a probabilidade do diásporo ser transportado por um frugívoro. No Capítulo 6, uma ampliação do modelo original de Klein é sugerida, e inclui outros níveis tróficos no processo de nucleação de manchas de floresta com Araucaria sobre os campos do Planalto Sul-brasileiro.