Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Juliet Schuster |
Orientador(a): |
Vargas, Anderson Zalewski |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/140268
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Resumo: |
As chamadas teorias pós-coloniais iniciaram, na década de 1980, uma revisão histórica que levou ao resgate da história de povos conquistados e ao questionamento de teorias estabelecidas, como é o caso da teoria de aculturação. A arqueologia, influenciada pelas revisões pós-coloniais, começou a reformular a história do Império Romano e das províncias a ele incorporadas, entre elas, e de especial interesse no presente trabalho, as províncias estabelecidas em territórios “celtas” e no norte da Grã-Bretanha. Além de questionamentos sobre a teoria de romanização, arqueólogos como Simon James constataram que estas populações possuíam culturas de base local, mostrando que os inúmeros povos rotulados como “celtas” pertenciam a tradições múltiplas e autônomas. No entanto, a cultura popular e inclusive alguns acadêmicos divulgam uma imagem consistente de uma “civilização celta”, habitante de regiões que iam da Espanha aos Balcãs e do norte da Itália às Ilhas Britânicas, para a qual eram as similaridades e não as diferenças que importavam. Mesmo tendo permanecido por muito tempo como um povo à parte, desde a década de 1950, os pictos (ou bretões do norte) também têm sido incluídos nesta grande civilização. Porém, embora autores gregos e romanos colocassem um grande número de povos continentais antigos sob um único rótulo – celtas -, o mesmo não é verdade com relação aos antigos habitantes das ilhas britânicas: para estes, os autores utilizavam o nome bretões, diferenciando-os dos bárbaros continentais. Ainda assim, iniciada no século XVII, a construção da história de uma civilização celta, à qual os bretões (habitantes da província romana, em um primeiro momento, e, mais tardiamente, também os bretões do norte) foram incluídos, encontra suporte nos autores clássicos: a similaridade das caracterizações de celtas, gálatas ou gauleses com as dos bretões é notável. De acordo com David Rankin, a cristalização da imagem destes bárbaros deve-se, em grande medida, ao sistema de educação retórico, o qual punha considerável ênfase no aprendizado de lugares-comuns. Seguindo o raciocínio de Rankin, o presente trabalho se propõe a analisar as descrições sobre o modo de fazer guerra de bretões do norte, comparando-as com aquelas dos povos chamados de celtas do continente europeu. Esta comparação se dá ainda à luz das considerações sobre o papel da influência da retórica na história, a inventio, as digressões etnográficas e os lugares-comuns – utilizando para esse fim, as indicações de antigos manuais retóricos. A definição de lugar-comum, um conceito chave para a análise, foi extraída do manual Da Invenção, de Cícero. Além disso, essas caracterizações foram entendidas como representações, seguindo a teoria proposta pelo historiador Franklin Rudolf Ankersmit que define uma representação enquanto uma operação de três lugares. |