Uso de vitaminas e/ou minerais na população adulta e idosa no Brasil : uma análise de dois inquéritos domiciliares nacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pavlak, Caroline da Rosa
Orientador(a): Mengue, Sotero Serrate
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276525
Resumo: Introdução: As vitaminas e/ou minerais essenciais, denominados micronutrientes, mantêm as funções celulares e moleculares normais do organismo humano. Quando as quantidades necessárias desses micronutrientes não são atendidas através da dieta ocorre um quadro denominado deficiência de micronutrientes, que tem impactos negativos na saúde do indivíduo e da sociedade. O uso de produtos contendo vitaminas e/ou minerais é uma estratégia que visa corrigir essa deficiência. Alguns estudos sugerem que no uso desses produtos pode ocorrer um paradoxo chamado de hipótese inversa do suplemento, que diz que pessoas com maior probabilidade de fazer uso de suplementos dietéticos parecem ser aqueles que menos precisam deles. O objetivo deste estudo é estimar a prevalência do uso de vitaminas e/ou minerais, identificar os fatores associados ao uso e analisar a ingestão alimentar de micronutrientes entre usuários e não usuários desses produtos na população adulta e idosa brasileira em dados com representatividade nacional. Método: Foram analisados dados de dois inquéritos domiciliares com abrangência nacional com delineamento transversal: a Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos no Brasil (PNAUM), realizado entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014, e o Inquérito Nacional de Alimentação (INA), módulo da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizado entre julho de 2017 e julho de 2018. A população em estudo foram os entrevistados com 20 anos ou mais de ambos os sexos. Resultado: A prevalência do uso de vitaminas e/ou minerais foi maior entre as mulheres e na população idosa. Os multivitamínicos e multiminerais obtiveram a maior frequência de uso seguido dos produtos contendo cálcio e vitamina D. As mulheres usuárias de suplementos vitamínicos e/ou minerais obtiveram médias de ingestão alimentar de micronutrientes mais altas do que as não usuários para um maior número de micronutrientes analisados. Conclusão: Em ambos os inquéritos a prevalência do uso de vitaminas e/ou minerais na população adulta e idosa no Brasil é maior no sexo feminino, cresceu com o aumento da faixa etária e é maior nas pessoas com maior poder aquisitivo. Os multivitamínicos e multiminerais obtiveram a maior frequência de uso entre os usuários seguidos de produtos contendo cálcio e vitamina D, corroborando com resultados encontrados em estudos conduzidos em outros países. Dada a maior prevalência observada em mulheres idosas, sugere-se que as ações de promoção do uso racional desses produtos sejam voltadas preferencialmente a esse público. As análises das médias da ingestão alimentar de micronutrientes entre usuários e não usuários de suplementos vitamínicos e/ou mineral, utilizando os dados do INA 2017-2018, apontam no sentido de sustentar o paradoxo da hipótese inversa do suplemento nas mulheres, especialmente nas mulheres idosas. Recomenda-se que os próximos inquéritos epidemiológicos nacionais mantenham e ampliem a observação desses produtos na população brasileira para possibilitar a construção de comparações e análises de tendências ao longo do tempo.