Experiências de trabalhadoras e trabalhadores do calçado durante a ditadura : resistências cotidianas, lutas por direitos e protestos públicos em Novo Hamburgo/RS (1968-1979)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Scheer, Micaele Irene
Orientador(a): Weber, Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213434
Resumo: Essa pesquisa buscou pelas experiências dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor calçadista de Novo Hamburgo (RS), durante a Ditadura Civil-Militar. A categoria foi analisada a partir de perspectiva interseccional, privilegiando as formas como os sujeitos viviam e interpretavam seus modos de vida, cujos vestígios foram localizados nos relatos sobre os diferentes aspectos do cotidiano de trabalho, preservados principalmente nos processos trabalhistas e no jornal local. Experiências que foram compreendidas a partir de E. P. Thompson, e que estão relacionadas à cultura operária, resultando em resistências ao poder patronal, às mudanças nos processos produtivos e de trabalho, à exploração a força trabalho e às medidas do governo contra a classe trabalhadora. As lutas de homens, mulheres e crianças, fossem migrantes e/ou negros/as poderiam ser silenciosas ou barulhentas, mas nunca triviais; poderiam resistir desde o chão da fábrica ou ocupar as ruas da cidade. A pesquisa contempla os/as trabalhadores/as das indústrias, dos ateliês e a domicílio, com contrato de trabalho ou informal. As mudanças na legislação trabalhista, com destaque para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e o arrocho salarial foram importantes para compreender como as políticas da Ditadura afetaram a classe trabalhadora, desencadeando indignações que resultaram em insubordinação, burlas, motins e disputas na Justiça do Trabalho. A pesquisa também abordou as articulações entre os operários e as organizações de esquerda em meados de 1968 e uma greve em 1979. Dessa forma, essa tese pretende contribuir para os debates que observam os processos estruturantes, identificando os limites e os desafios que impõem aos trabalhadores, mas dos quais não são reféns.