De Capitão Nascimento a Jair Bolsonaro : sintomas do fascismo no cinema brasileiro 2007-2018

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Feix, Daniel
• Orientador(a): Rossini, Miriam de Souza
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Cinema brasileiro : Aspectos políticos; Análise de conteúdo
• Palavras-chave em Inglês: Bolsonarism; Brazilian movies; Constellation; Elite Squad; Fascism
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/287673

Esta pesquisa identifica os sintomas do ideário fascista que estavam presentes na sociedade brasileira nos anos anteriores à ascensão de Jair Bolsonaro ao poder e que se tornaram visíveis a partir dos filmes produzidos nesse período. Estão sendo considerados os longasmetragens lançados de 2007 (ano de Tropa de Elite, de José Padilha) até 2018 (ano da chegada de Bolsonaro à Presidência da República). Partindo das discussões de DidiHuberman (2018), Kracauer (1997), Racière (2009) e Williams (1992) e com inspiração nos estudos de Carroll (1998), Eisner (2013) e Kracauer (1988), a pesquisa tem como pressuposto que a linguagem do cinema captura sentimentos que estão presentes na sociedade, porém nem sempre se mostram visíveis, permanecendo ocultos em camadas abaixo da dimensão da consciência social. Ao desvelá-los, os filmes tornam-se agentes da cultura nessa sociedade, em um processo de revelação e também legitimação daquilo que revelam. Características associadas ao autoritarismo fascista segundo autores como Adorno (2019), Eatwell (2003), Griffin (2008), Paxton (2007) e Payne (1980) são cruzadas com características sociopolíticas da identidade nacional segundo Holanda (1995), Dunker (2015), Kehl (2020), Sodré (2023) e Souza, J. (2017) e do bolsonarismo segundo Cassimiro & Lynch (2022), Gallego (2018), Messenberg (2017), Nobre (2022) Nunes (2022) e Rocha (2021) para, posteriormente, serem identificadas nos filmes. A metodologia utilizada é inspirada no princípio de constelação formulado por Benjamim (1984) e desenvolvido por seus comentadores e Adorno (2009), com a formação de três coleções, dentro das quais os longas-metragens do corpus são aproximados conforme os sintomas que manifestam. Demonstradas em análise textual e também com a apresentação de imagens das coleções formadas, as aproximações revelam múltiplas figuras de ressentimento, ódio e violência, desejo apolítico e antissistêmico, vitimismo, falta de perspectivas, inadequação e opressão, rejeição agressiva à ascensão de pobres e minorias e alegorias representativas de uma significativa desestabilização social.