Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Poll, Fabiana Assmann |
Orientador(a): |
Mello, Elza Daniel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/199039
|
Resumo: |
Introdução: O contexto atual da alimentação mundial está associado ao aumento da produção de alimentos processados, a rápida urbanização e a mudança de estilo de vida, que por consequência, levam a uma mudança nos padrões alimentares que favorecem ao desenvolvimento da obesidade. A obesidade na infância e adolescência apresenta-se como um problema de saúde pública, atingindo tanto países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento. Estratégias de intervenção para promoção de saúde podem estimular mudanças de comportamentos e melhoria de qualidade de vida (QV) na infância e adolescência. Objetivo: Avaliar as mudanças comportamentais e de consumo de alimentos processados e ricos em gorduras e açúcares, da QV e de parâmetros antropométricos em adolescentes com excesso de peso antes e após uma intervenção nutricional. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental com corte transversal. Foram incluídos adolescentes com sobrepeso ou obesidade de escolas de Santa Cruz do Sul/RS. O corte transversal foi realizado mediante a verificação de dados antropométricos (peso/altura = índice de massa corporal (IMC); circunferência de cintura (CC)) e identificação do comportamento alimentar referente as porções consumidas de alimentos gordurosos e açúcares, e através do modelo transtéorico de mudança de comportamento (estágio de mudança, barreiras, benefícios e auto eficácia). Estabeleceu-se risco cardiovascular (RCVS) a partir da classificação da CC. O estudo experimental envolveu a divisão dos adolescentes em dois grupos, intervenção (GI) e controle (GC), e fez-se uma intervenção nutricional com seis meses de duração com o GI. Foram aplicados questionários de identificação de QV e de consumo de alimentos processados, bem como se realizou avaliação antropométrica, antes e após o período. Resultados: Foram incluídos 246 adolescentes, com média de idade de 12,9±1,8 anos, sendo 61% do sexo feminino, 77,3% púberes, 53,3% obesos e 57,3% tinham RCVS. Verificou-se que 87,4% da amostra consumia mais do que 3 porções/dia; e que 53,7%, estava em estágio de preparação. O escore de barreiras (16,9 ± 4,5) foi menor que de benefícios (27,7 ± 5,2) e de autoeficácia (31,1 ± 6,4). A média do escore de benefício foi significativamente mais elevada no grupo com RCVS (28,8 ± 4,5 vs 26,4 ± 5,7; p<0,001). Já no estudo experimental, contou-se com 62 adolescentes em sobrepeso ou obesidade, sendo 37 do GI e 25 do GC, com médias de idades de 13,2±1,5 anos e 13,0±1,8 anos respectivamente. Ambos os grupos tiveram maior participação do sexo feminino. Houveram mudanças significativas no IMC em ambos os grupos [GI (-0,81 ± 2,28; GC (-0,64 ± 1,28)] e CC para o GI (– 3,31 ± 5,47). Considerando a análise pré e pós, constatamos que houve redução significativa no GI do consumo de refrigerante [-0,07 (-0,27 a 0,00)], macarrão instantâneo [-0,03 (-0,07a0,00)] e bolacha recheada [-0,06 (-0,26a0,00)]. O escore total de QV aumentou no GI e reduziu no GC, porém sem relevância estatística intra (p=0,162) ou entre grupos pré (p=0,426) e pós (0,249). Conclusão: Os adolescentes consumiram, em sua grande maioria, mais do que três porções por dia de alimentos gordurosos e açúcares, e o estágio de mudança predominante foi o de preparação. O escore de barreiras foi mais baixo, comparado aos de benefício e de autoeficácia. Na intervenção, foram obtidas mudanças significativas no IMC e na CC, bem como na redução do consumo de alimentos processados (refrigerante, biscoitos com recheio e macarrão instantâneo), assim como uma tendência de melhora na QV. |