Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Petter, Ana Amélia |
Orientador(a): |
Araujo, Ives Solano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/225927
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Resumo: |
Entre outros fatores, a melhoria da qualidade da educação escolar demanda investimentos na formação didático-pedagógica dos docentes. Essa não deve ficar restrita à formação inicial, mas também incluir à continuada, auxiliando-os a refletirem sobre suas práticas, construírem e adaptarem soluções inovadoras, à altura dos desafios que encontram em seus respectivos contextos educacionais. Ao encontro desse objetivo, apresentamos os resultados de um estudo sobre a adoção de um dos métodos ativos mais utilizados no ensino de física, o Peer Instruction (PI). Este método possibilita engajar os estudantes no seu processo de aprendizagem, promover a aprendizagem conceitual e desenvolver habilidades sociais e cognitivas, por meio da aplicação e discussão de questões conceituais entre os alunos em sala de aula e indicação de tarefas de leitura prévia às aulas. O PI vem sendo adotado no contexto dos Mestrados Profissionais em Ensino (MPEs), onde é demandada a elaboração e implementação de um Produto Educacional inovador e disseminável. Elegemos os participantes de nossa investigação a partir de uma busca por dissertações de MPE em que os professores utilizaram o PI em aulas de Física, no período de 2004 a 2020. Buscamos responder as seguintes questões de pesquisa: i) Quais são as reinvenções, no sentido atribuído por Everett Rogers, realizadas nas características do método de ensino, PI, no processo de adoção dele no contexto de ensino brasileiro de Física dos MPE? Em que medida elas descaracterizam e/ou potencializam o método? E quais as razões apontadas por esses docentes para essas reinvenções?; ii) Quais são as barreiras indicadas pelos professores, alunos do MPE do Brasil, para implementar o PI nas aulas de Física? Foram selecionadas e analisadas 45 dissertações, com seus respectivos produtos educacionais, e aplicado um questionário com os autores dos trabalhos sobre a implementação do PI. Amparados na Teoria da Difusão de Inovações, de Everett Rogers, realizamos uma análise de conteúdo dos documentos selecionados e, em seguida, comparamos e complementamos os resultados com as respostas dos professores ao questionário. As mudanças mais recorrentes no PI, identificadas no estudo, foram: ausência da tarefa de leitura, onde originalmente os alunos tomam o primeiro contato com o conteúdo a ser estudado; e a aplicação de questões conceituais ao final do período, e não ao longo da aula, intercalado com breves exposições orais do professor, como proposto pelo autor do método. Dentre as razões às modificações identificadas, estão questões relacionadas aos alunos (e.g., falta de engajamento), à instituição (e.g., falta de infraestrutura e elevada quantidade de alunos por turma) e aos docentes (e.g., crenças de ensino e aprendizagem desalinhadas com os princípios pedagógicos que sustentam o método e alta carga horária de trabalho). Já as barreiras mais recorrentes estão relacionadas com questões sociais (e.g., falta de apoio da instituição, resistência estudantil, ...), temporais (e.g., falta de tempo para realização das tarefas) e infraestruturais (e.g., ausência de materiais ou de organização dos recursos). Além disso, levantamos hipóteses explicativas para as modificações que podem servir de ponto de partida para estudos futuros sobre o tema. Por fim, esperamos que os resultados apresentados possam auxiliar futuros adotantes do PI a realizarem uma implementação mais consciente, tanto em relação às principais características do método e os princípios pedagógicos que o sustentam, quanto em relação às possíveis dificuldades que enfrentará ao longo do caminho. Assim, o professor interessado em adotar o PI encontrará na presente dissertação subsídios para o planejamento, execução e avaliação da própria prática. |