Síndrome de Burnout e trabalho : um estudo junto à professores moçambicanos do ensino fundamental das escolas da rede pública na cidade de Nampula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Aliante, Gildo
Orientador(a): Tittoni, Jaqueline
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187611
Resumo: A docência figura na lista das profissões mais acometidas à síndrome de burnout, devido à presença de uma multiplicidade estressores psicossociais. O objetivo geral da pesquisa foi de investigar a síndrome de burnout em professores moçambicanos do ensino fundamental das escolas da rede pública na cidade de Nampula, verificando as possíveis associações entre as variáveis sociodemográficas e laborais com os respectivos índices das dimensões. A pesquisa do tipo exploratório-descritiva, de natureza quantitativa, possui delineamento observacional, analítico, transversal e envolveu 263 professores, sendo 56,3% do sexo feminino, com idades variadas entre 18 a 58. A coleta de dados foi por meio de questionário de dados sóciodemográficos e laborais, “Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo” versão em português par Profissionais da Educação (CESQT-PE) e questionário de fontes de stress no trabalho docente; e analisados com o recurso ao Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Os resultados indicam que 13,3% dos participantes apresentaram baixos níveis em Ilusão pelo Trabalho, 16.3% altos níveis em Desgaste Psíquico, 13,3% em Indolência e 25,9% altos níveis de Culpa. Na análise de Perfis, os resultados apontam que 24,0% enquadram-se no Perfil 1 e 11,0% no Perfil 2. Nos testes de correlação realizados entre as variáveis sóciodemográficas, laborais e as dimensões de burnout, verificou-se que somente houve associação estatisticamente significativa entre a variável “idade” com a dimensão de Desgaste Psíquico; e a variável “sexo” com a dimensão de Culpa. Em relação as fontes de stress no trabalho docente, as mais apontadas foram: falta de atribuição de bolsas para continuação de estudo; salários baixos; limitadas oportunidades de desenvolvimento profissional (promoções, progressões e mudanças de carreira); atribuição da culpa pelos fracassos do sistema educacional; limitadas oportunidades de continuação de estudos; falta de recursos materiais para o trabalho; precárias condições físicas e materiais de trabalho; viver longe da família; falta de apoio social; inexistência de planos de benefícios sociais; mudanças ou atualizações regulares de currículos e livros; perca de valor social da profissão docente; quantidade de alunos por turma; premiação dos funcionários/professores da escola; distância a percorrer entre escola-casa e vice-versa; e pagamento de salários em datas não fixas. Os resultados obtidos permitem concluir que alguns professores pesquisados se encontram em fase de desenvolvimento de burnout, principalmente devido às frequências de sentimentos em Desgaste Psíquico e Culpa, necessitando de intervenções urgentes para que o cenário não se torne prejudicial. Os resultados encontrados chamam atenção aos gestores educacionais e a comunidade escolar para a necessidade de melhoria dos fatores geradores de estresse ocupacional que devem contemplar a reestruturação das formas de organização do trabalho docente, de modo a transformá-lo em saudável e prazeroso.