O bumba-meu-boi maranhense urrou em Roraima : a (re) produção de um território simbólico-cultural (1975-2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nogueira, Francisco Marcos Mendes
Orientador(a): Weber, Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222974
Resumo: O presente estudo aborda a (re) produção de um território simbólico-cultural em que o mote analítico é o “Urro do Bumba-meu-boi maranhense em Roraima, entre os anos de 1975 e 2019”, pois como sentenciou um dos nossos entrevistados: “O Maranhão fez o boi e nós trouxemos pra cá!”. Em vista disso, a problemática desta Tese consiste em analisar quais são as estratégias acionadas pelos Mestres e brincantes para (re) produzir o território simbólico-cultural do Bumba-meu-boi maranhense no Extremo Norte do País; e em que medida esse território simbólico-cultural amalgama a identidade individual, social e coletiva. A pesquisa permite-nos depreender que uma das estratégias acionadas foi estabelecer uma rede de sociabilidade e solidariedade na qual a convergência se dá mediante a figura dos mestres da cultura boieira, já que são reconhecidos pela comunidade brincante como os detentores dos saberes e fazeres da brincadeira do Bumba-boi. Isso não significa dizer que os territórios produzidos por estes sujeitos são indeléveis. Ao contrário, os estudos dos territórios simbólicos-culturais em Roraima, evidenciam uma descontinuidade, mesmo havendo um significativo número de migrantes maranhenses, os quais configuram como o maior grupo de migrantes a compor o mosaico da sociedade roraimense, conforme apontam os dados censitários de 1991, 2000 e 2010. Nesse contexto, o universo boieiro demonstra como uma força que resiste culturalmente na parte mais Setentrional do país. Ademais, o Bumba-meu-boi não abrange somente o boi como parte central da brincadeira. Nele ocorre o engendramento do profano e do sagrado; do lúdico e do cênico: do modo de ser e viver. Tudo isso porque o boi é visto como o “brinquedo de São João”. Posto isso, um dos objetivos da Tese consiste em analisar como a reprodução e o uso do território simbólico-cultural em torno do Folguedo do boi de matriz maranhense “constituem” e ressignificam a identidade cultural no lugar de destino. Assim, a perspectiva teórica dessa Tese se insere no campo e nos estudos da História Cultural, pois a consideramos um meio de “traduzir” significados que se fazem presente, tanto nas sociedades quanto nos elementos culturais. Diante disso, as fontes tomadas como corpus de análise na construção da Tese foram bem diversificadas, dentre elas destacam-se: jornais (impressos ou digitais), letras de toadas, fotografias, redes sociais (Instagram) e, fundamentalmente, as narrativas orais. É importante ressaltar que para a história oral, na pesquisa qualitativa, o grupo dos sujeitos participantes não é constituído por critérios probabilísticos, mas a partir do entendimento de sua representatividade da cultura (ou das culturas) à qual pertence, neste caso, o Bumba-meu-boi de matriz maranhense.