O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul na formação para o ensino de ciências : sentido e autopoiese de um sistema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Albuquerque, Renato Avellar de
Orientador(a): Pizzato, Michelle Camara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222703
Resumo: Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), criados a partir da Lei Federal nº 11.892/2008, constituem-se como instituições de ensino com destacados resultados na última década, os quais representam uma nova perspectiva para o Ensino Profissional e Tecnológico, mas também enquanto modelo de Ensino Superior que verticaliza a formação e integra regiões, instituições e arranjos produtivos. Entre suas finalidades está a de se tornarem centros de referência e excelência no ensino de ciências, e apoio às instituições de educação básica, em especial à rede pública. A formação para o ensino de ciências é resultante de um programa baseado no sentido deste sistema organizacional, estabelecido a partir do seu marco legal, que passa a orientar o desempenho de suas funções. O processo de comunicação desse sistema social, resultado das interações entre normas, culturas institucionais e decisões tomadas em espaços de poder, conduzem à sua autoprodução, aqui chamada de autopoiese. A tese parte da perspectiva teórica desenvolvida pelo sociólogo Niklas Luhmann, em sua Teoria Geral dos Sistemas Sociais, ainda pouco explorada nos estudos sobre Educação no Brasil. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) foi utilizado enquanto representativo de um sistema social organizacional, sendo analisado o Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza: Biologia e Química, desenvolvido no Campus Porto Alegre, como estudo de caso. A partir dele buscou-se observar os mecanismos de autopoiese em sistemas de ensino, objetivando descrever o processo de atualização de suas funções voltadas ao ensino de ciências. A pesquisa investigou as comunicações institucionais em duas perspectivas, uma representada pelos sentidos sistêmicos reproduzidos pelos documentos norteadores do IFRS, e outra nos fluxos comunicativos que operam nos espaços decisórios participativos, registrado nas atas do colegiado de curso, que traduzem, recriam e adaptam suas funções de forma autorreferencial. A análise documental foi complementada com questionários respondidos pelos segmentos discentes, técnico-adminsitrativos e docentes, bem como entrevistas de servidores ligados ao surgimento do curso. A metodologia proposta neste trabalho foi quanti-qualitativa, com predomínio da segunda, utilizando-se de abordagens variadas de acordo com as fontes. A pesquisa resultou em um esquema explicativo sobre os fluxos de comunicação em espaços decisórios, sua importância na atualização e autonomia do sistema, além de sua potencialidade no acoplamento com outras organizações. A conclusão foi que os IFs são sistemas sociais organizacionais dotados de mecanismos de participação democrática, que operam parte da autopoiese institucional, os quais são fundamentais na promoção de uma constante atualização de suas funções e sentidos.