Células-tronco em modelo de lesão cutânea infectada : efeito antimicrobiano e alterações na cicatrização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcez, Tuane Nerissa Alves
Orientador(a): Contesini, Emerson Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251736
Resumo: Introdução: Células-tronco mesenquimais podem atuar como facilitadores dos processos de reparação e regeneração suprimindo a liberação de citocinas pró-inflamatórias, estimulando aquelas de natureza anti-inflamatória e atuando na regulação da resposta a infecções. Apesar destes efeitos estarem insuficientemente caracterizados, sabe-se que o reconhecimento de bactérias por receptores específicos da membrana celular desencadeia uma resposta inflamatória e imune no tecido que tem o potencial de modular o processo de reparação, tornando essas células atraentes candidatas em aplicações terapêuticas. Objetivos: Este estudo avaliou a aplicação de células-tronco mesenquimais, derivadas de tecido adiposo de suíno, em feridas experimentalmente induzidas e contaminadas, quanto à sua capacidade antimicrobiana e alterações no processo de cicatrização cutânea in vivo. Também avaliou o metabolismo, proliferação celular e secreção de peptídeo antimicrobiano PMAP-23 em células tronco adiposo derivadas de suínos in vitro, mediante estímulo com Lipopolisacarídeo (LPS). Métodos: Para os ensaios in vivo 8 suínos foram divididos em dois grupos: Controle (C) (solução salina) ou ADSC (células tronco). Foram confeccionadas seis feridas de espessura total com 4 cm de diâmetro na região dorsal dos animais, infectadas experimentalmente com E.coli (108 CFU em 100μL de solução salina). Nos dias 3,5, e 7 pós infecção as lesões do grupo ADSC foram tratadas com 106 cels/mL (P3) em solução salina. Foram realizados testes histopatológicos, imunohistoquimicos e de força tensil nas feridas, para mensurar parâmetros de qualidade cicatricial. Para a realização dos ensaios in vitro as culturas celulares (1×104 cels/cm2 em P3) foram estimuladas com adição de 10 μg/mL de LPS de E. coli 0111:B4 em meio de cultura completo e incubadas por 1 ou 7 dias. As células do grupo controle foram suplementadas com PBS para controle do veículo e mantidas nas mesmas condições. Para a determinação de proliferação celular foram submetidas à ensaio de SRB, para a a atividade metabólica foi realizado ensaio de MTT e a quantificação de PMAP-23 foi mensurada por ELISA. Resultados: Foi possível verificar, nos experimentos in vivo que a força tensil das cicatrizes do grupo tratado foi significativamente maior (p<0,001) aos 21 dias de análise. Também houve aumento significativo (p=0.03) na concetração de PMAP-23 no D3 do grupo tratado com ADSC. Nas análises de resposta inflamatória, taxa de contração e tempo de fechamento da ferida não houve diferença significativa entre os grupos. Nos experimentos in vitro observamos aumento significativo (p=0.001) na atividade mitocondrial mediante exposição prolongada ao LPS e aumento significativo da secreção de PMAP-23 (p<0.04). Conclusões: Os resultados encontrados sugerem que as toxinas produzidas pelas bactérias não impactam negativamente nas propriedades de imunomodulação e cicatrização das células mesenquimais, possibilitando a aplicação de terapia celular em ambientes de ferida contaminada.